Enviada em: 04/06/2018

No álbum , "sobrevivendo ao inferno", dos Racionais, problemas sociais, como a violência e o crime, são retratados por pessoas que vivem na periferia. Desse modo, de maneira análoga, o drama das pessoas desaparecidas é vivenciado, majoritariamente, por indivíduos de classes menos privilegiadas. Sendo assim, o impasse intensifica-se devido à ausência de um sistema de banco de dados, bem como pela investigação dos casos.  Primordialmente, de acordo com o escritor Gilberto Dimenstein, as leis brasileiras funcionam apenas na teoria. Por conseguinte, direitos garantidos pela Constituição- como o direito à vida- são negligenciados e ficam apenas no papel e não na prática. Destarte, o Estado possui grande relevância na luta em prol das pessoas desaparecidas. Contudo, a sua omissão intensifica o problema, como é o caso da ausência de um banco de dados que armazene as ocorrências dos desaparecidos.  Ademais, a época da Ditadura Militar exemplifica casos de desaparecimentos que até hoje não foram solucionados. À vista disso, muitos indivíduos eram mortos pelos militares e, posteriormente, suas mortes eram associadas ao desaparecimento ou suicídio. Além disso, de acordo com o site G1, o perfil das pessoas que desaparecem tende a ser cidadãos humildes e menos favorecidos. Desse modo, não há uma investigação fidedigna do Estado, esses desaparecidos podem ter sido vítimas do tráfico de pessoas para fins sexuais e venda de órgãos.  Portanto, indubitavelmente, a omissão do Estado intensifica o impasse. Nesse sentido, é dever do Poder Legislativo criar um sistema de banco de dados, por meio da integração dessas informações com outros Estados, com o intuito de armazenamento dessas ocorrências para facilitar a busca das vítimas. Outrossim, o Ministério Público deve intensificar a investigação desses casos, por meio de uma maior atenção ao problema, com objetivo de reduzir casos de tráfico de pessoas. Assim, quiçá, o drama dos desaparecidos poderá deixar de ser um "inferno" previsto pelos Racionais.