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Enviada em: 31/10/2018

Na era da Ditadura Militar, diversas pessoas foram mortas e tiveram o corpo escondido pelo regime, fatos que impediram o velório e o luto familiar. Embora esses episódios date do século anterior, o desaparecimento de pessoas não parou de crescer na sociedade brasileira, fato que está ligado a investigação precária e a falta de assistência aos familiares. Nesse âmbito, analisa-se que essa problemática é, sustentada, sobretudo, pela insuficiência nas políticas públicas e na negligência social em negar o assunto.        A princípio, o desinteresse da Polícia Civil em investigar os casos de desaparecimento dificulta o descobrimento das vítimas. Isso acontece porque os detetives estatais operam apenas em casos envolvendo crianças e adolescentes, ao contrário, registra apenas um Boletim de Ocorrência (BO). Além disso, as investigações só ocorrem quando existem indícios de morte ou sequestro, no contrário, ficam no aguardo até que a pessoa seja abordada. Nesse sentido, de acordo com a Cruz Vermelha, nos últimos dez anos desapareceram mais de 700 mil pessoas no território nacional, fato que traz à tona a ineficiência estatal e, com efeito, os transtornos e angustia dos familiares.       Ademais, a falta de assistência aos familiares é outro fator que está entre os pilares da problemática. De fato, em caso de desaparecimento, parentes e responsáveis é quem custeiam a distribuição de cartazes, anúncios em jornais e viagens para tentar a localização dos desaparecidos. Nessa conjuntura, o filósofo Friedrich Nietzsche afirma que, “aqueles que não conseguem lembrar o passado estão condenados a repeti-lo”, assim, no Brasil, inexiste uma política de incentivo e custeio aos parentes dos desaparecidos, a fim de não repetir os ocorridos no século anterior. Consequentemente, os antes queridos se sentem obrigados a fazerem empréstimos e gastar o que não tem, já que o Governo não prioriza essa problemática.       Depreende-se, portanto, que a questão dos desaparecidos no Brasil necessita de medidas urgentes. Para isso, o Ministério da Segurança deve exigir que as policias Civil e Militar faça o Boletim de Ocorrência e, em seguida, já inicie o processo de investigação, medida válida para todo cidadão, independentemente da idade, a fim de recuperar a vítima o mais rápido possível. Outrossim, o Governo deve criar um fundo para dar assistência financeira aos familiares, por meio de parcerias com Bancos públicos e privados, com o objetivo de custear as despesas com viagens e divulgação do desaparecimento em praças públicas e na mídia. Com essas medidas, certamente o Brasil vai evitar transtornos dos antes queridos, e evitar que os sumiços de pessoas, assim como ocorreu na Ditadura Militar, deixe de perpetuar nos próximos anos.