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Enviada em: 08/08/2019

Comunidade, rentabilidade e criatividade    O ''Cortiço'', de Aluízio de Azevedo'', ilustra a segregação social no meio urbano e a população de baixa renda, de certa forma, se sujeita a morar em habitações precárias por não possuir condições financeiras para pagar uma moradia digna. Do livro à realidade, o termo contemporâneo ''empreendedorismo social'' possui como objetivo principal  reduzir as disparidades sociais, produzir bens e serviços que beneficiem a sociedade local e global e, assim, mitiga a pobreza e promove a valorização da comunidade.   O capitalismo financeiro propõe a comercialização de bens e serviços como, também, atuação em bolsas de valores visando o lucro. Em contrapartida, o empreendedorismo social busca a geração de capital vinculado a negócios sociais de impacto a longo prazo. Essa perspectiva demonstra que, fundamentalmente, além de beneficiar o empreendedor, agrega valor para uma parcela carente da população que não possui recursos necessários para alcançar os benefícios desejados, como saúde, transporte e educação. Assim, a condição de pobreza, a qual dispõe a inexistência da qualidade de vida, é minimizada e combatida.    Diante dessas constatações, o negócio que transpassa o limiar do lucro e busca melhorias sociais não só contribui para o aumento e equilíbrio da renda de uma comunidade como, consequentemente, agrega valor para a região. Segundo relatório do Banco Mundial, a pobreza atinge 21% da população brasileira - isso evidencia a falta de manejo público privado satisfatório para com melhorias nas condições básicas tanto de assistência multifatorial quanto em oportunidades. O empreendedorismo social, por sua vez, abre portas para que haja a integração e qualificação do trabalho por parte de camadas sociais mais vulneráveis e, desse modo, a relação comercial proporcionará um aumento do poder aquisitivo como também melhor suporte técnico para essa população.    Por conseguinte, o empreendedorismo social é uma ferramenta simbólica para aliar a rentabilidade e a autossustentabilidade com a qualidade de bens e serviços para comunidades carente. Para que isso se efetive é necessário que o Estado reduza os impostos de empresas cuja produção está vinculada com o beneficio da comunidade, pois, desse modo, essas companhias são estimuladas financeiramente a continuar seus projetos sociais, melhorando de forma concreta situações de miséria. Essa redução diminui, também, a burocracia da empresa com o governo, o que agiliza a ação do empreendedor social. Logo, os cortiços brasileiros só deixarão as ruas quando houver a co-criação entre pessoas, mercado e comunidade.