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Enviada em: 04/06/2018

O conhecido filme "Invictus" conta a história de como o presidente Nelson Mandela usou a linguagem universal do esporte para unir uma nação racista e economicamente dividida. Apesar da obra retratar um contexto vivenciado na África do Sul, percebe-se que o esporte é um aliado para garantir a união e a inclusão social em qualquer realidade. Dessa maneira, é importante refletir sobre o poder transformador do esporte na formação ética dos brasileiros e no seu caráter socializador.    Nota-se que a prática esportiva diminui a criminalidade ao contribuir para a formação do sujeito social. Tal ideia pode ser justificada pelo fato de que o esporte ensina a disciplina, o respeito às regras e a interação, que são virtudes éticas imprescindíveis para que o indivíduo aja visando o bem estar coletivo. Assim, os jovens adquirem competências que os permitem resolver conflitos de forma pacífica, já que os papéis assumidos nos jogos exigem empatia e controle emocional, ferramentas que garantem o estabelecimento de boas relações sociais. O exercício constante da atividade física desenvolve ainda mais estas habilidades éticas, visto que a virtude, conforme ensinava Aristóteles, não consiste em um ato de bondade isolado, mas sim na prática habitual do bem.   Pontua-se, ainda, que o esporte tem um papel inestimável no processo de socialização, proporcionando uma maior interação entre diversas pessoas. Isso porque o esporte é, em si mesmo, um poderoso meio de inclusão social, capaz de transformar vidas, visto que a atividade esportiva produz uma integração entre os diferentes, fazendo com que até as minorias sociais passem a ser enxergadas, afinal, mesmo o esporte mais solitário, implica algum tipo de cooperação e aprendizado mútuo. Não se pode, por exemplo, iniciar a prática de uma modalidade esportiva, sem a orientação de outra pessoa que já a domine de algum modo, o que possibilita que todos cresçam juntos e possam usufruir daquilo que, segundo Aristóteles, o homem nasceu para ser: social.    Percebe-se, portanto, que o esporte é essencial para a sociedade, sendo válido pensar em medidas que garantam a efetividade dessa grande ferramenta de inclusão. Logo, o Ministério da Cultura deve oferecer projetos de esporte nas favelas, contando com o apoio de professores de educação física que estariam dispostos a ensinar, gratuitamente, as diversas modalidades esportivas, estimulando os jovens da periferia a desenvolverem virtudes como disciplina e cooperação para que, através delas, eles possam melhorar o seu convívio social. Também é importante que o governo aprimore a Lei do Incentivo ao Esporte, aumentando a porcentagem que as empresas podem utilizar do que pagam de imposto para destinar a ações do esporte na periferia, como forma de potencializar o investimento dessa atividade nesses locais. Afinal, é através do esporte que a ideia de coletivo se torna "invencível".