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Enviada em: 26/07/2018

Segundo o sociólogo Maurício Murad, o esporte é uma prática que envolve, além de aspectos lúdicos, o estabelecimento de regras, o que o torna não apenas uma atividade física, mas também um mecanismo de desenvolvimento individual e coletivo. Sob essa perspectiva, é imprescindível compreender o esporte como uma ferramenta de inclusão social no Brasil, sendo relevante destacar tanto o papel das escolas quanto a necessidade dessa realidade para indivíduos portadores de deficiência física.    Em primeiro lugar, é de suma importância a compreensão de que as escolas precisam conter um viés que busque formar cidadãos, tornando-se um ambiente que, de acordo com o educador Anísio Teixeira, esteja preocupado com uma integração social dos estudantes. Consequentemente, o esporte surge como um excelente meio para atingir essa finalidade socioeducativa, haja vista sua capacidade de ampliar nos indivíduos noções como a coletividade, a determinação e a cidadania. Dessa forma, é necessário que ocorram mudanças nas instituições educacionais que visem ampliar não somente as práticas esportivas, mas também seu papel social.    Além disso, é significativo expandir essa temática para o contexto das pessoas que portam deficiências físicas, pois estas são as que mais carecem de meios que possibilitam a inclusão social. Apesar de representarem uma parcela significativa da população brasileira (mais de 10%, segundo dados do Ministério da Saúde), esses indivíduos sofrem com a falta de estruturas especializadas para a atividade esportiva, o que é refletido no baixo número de ginásios e a limitação das práticas ofertadas. Portanto, é essencial que o poder público realize medidas que garantam o maior acesso esportivo desses cidadãos.    Dessarte, é notória a importância de ações que potencializem o papel de inclusão social no país. As escolas, públicas e privadas, por meio de reformulações nas ementas escolares, devem tornar obrigatório o ensino esportivo nas suas instituições, além de criar, com o apoio das prefeituras municipais, torneios interclasses que promovam a sociabilidade entre seus participantes. Ademais, os Governos Estaduais, por intermédio de investimentos públicos, devem fundar ginásios poliesportivos específicos para deficientes físicos, formulando associações com profissionais capacitados em impulsionar a prática esportiva dessas pessoas, o que tornará a inclusão social mais democrática.