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Enviada em: 28/08/2018

No filme "Invictus" é contada a história de como o presidente Nelson Mandela fez uso do esporte para unir uma nação racista e economicamente dividida. Apesar da obra retratar um contexto vivenciado na África do Sul, percebe-se que o esporte é um aliado para garantir a união e a inclusão social em qualquer realidade. Desse modo, faz-se necessário refletir sobre o poder do esporte na formação ética dos brasileiros e no seu caráter socializador.       É importante destacar, antes de tudo, a contribuição da prática esportiva para a diminuição da criminalidade ao contribuir para a formação do sujeito social. Tal ideia evidencia-se pelo fato de que o esporte fomenta a disciplina e o respeito às regras, imprescindíveis para que o indivíduo atue visando o bem-estar coletivo. Assim, os jovens são capacitados a resolver conflitos de forma pacífica, já que os papéis assumidos nos jogos demandam controle emocional que, por sua vez, garante o estabelecimento de boas relações sociais. O exercício constante da atividade física desenvolve ainda mais essas habilidades éticas, visto que a virtude, conforme ensinava Aristóteles, não consiste em um ato de bondade isolado, mas sim na prática habitual do bem.       Outrossim, é evidente o papel do esporte no processo de socialização, à medida que proporciona uma maior interação entre as pessoas. A prática esportiva é um potencial meio de inclusão social, haja vista que, ao favorecer o contato entre os diferentes, faz com que as minorias sociais passem a ser valorizadas, afinal, mesmo o esporte mais solitário, implica algum tipo de cooperação e aprendizado mútuo. Assim, o esporte é a principal forma de inclusão de indivíduos portadores de necessidades especiais, visto que não só ultrapassa a barreira das limitações físicas e psicológicas, mas também colabora para a sensação de pertencimento à coletividade.       Torna-se evidente, portanto, que o esporte é essencial para a sociedade, sendo válido pensar em medidas que garantam a efetividade dessa grande ferramenta de inclusão. Assim, o Ministério da Cultura deve oferecer projetos de esporte nas favelas, contando com o apoio voluntário de professores de educação física, com o intuito de estimular os jovens da periferia a desenvolverem virtudes como disciplina e cooperação, para que, através delas, eles possam melhorar o seu convívio social. Cabe também ao governo aumentar, por meio da Lei do Incentivo ao Esporte, a porcentagem que as empresas podem utilizar do que pagam de imposto para destinar a ações do esporte na periferia. Ademais, as ONGs devem investir na instalação de academias ao ar livre e quadras esportivas, para, assim, tornar o Brasil um país desenvolvido socialmente, regido pelo incentivo à prática esportiva como ferramenta de inclusão social.