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Enviada em: 31/08/2018

Na década de 1930, Getúlio Vargas criou a primeira política pública do Brasil relacionada aos esportes como prática social: o Conselho Nacional de Desportos (CND). Desde então, as práticas esportivas foram ganhando relevância sendo que, hodiernamente, são importantes ferramentas de inclusão social ao promover maiores relações entre os brasileiros e efetivar a formação dos cidadãos do país.     Segundo o filósofo contemporâneo Zygmunt Bauman, hoje se vive a chamada "modernidade líquida", na qual as relações entre os indivíduos são superficiais e marcadas pelo individualismo. Tal teoria aponta para o distanciamento entre as pessoas, sendo este um fator que possibilita a ocorrência da exclusão na medida em que a convivência é limitada. Entretanto, diante dessa tendência de divergir os homens, o esporte caminha no sentido oposto: por ser realizado com a participação coletiva, cria espaços de convívio nos quais são permutados diferentes valores e pensamentos, o que possibilita a dissociação de preconceitos e a criação de laços sólidos com os participantes e, portanto, promove suas inclusões.       Ademais, é indubitável que, ao se inserir indivíduos socialmente excluídos, os desportos são eficazes na concretização da cidadania no país.Entre as características que permeiam a esfera esportiva, a ideia de coletividade, contato com vitórias e derrotas e a ajuda mútua entre os jogadores são os principais fatores que contribuem para a formação cidadã, visto que tornam aqueles que fazem parte do ambiente esportivo pessoas mais tolerantes devido ao contato com modos de vida e realidades diferentes. A título de exemplo tem-se um episódio da série Mèrli, no qual meninos e meninas, juntos, jogaram futebol com a professora transexual, Quima, contornando os estereótipos de gênero presentes na escola que geravam intolerâncias nesse meio.     Mediante o alancado, depreende-se que impulsionar o esporte como ferramenta includente consiste em avanços para a nação. Cabe ao Ministério do Esporte fazer parcerias com ONGs e escolas para a expansão das atividades esportivas nos diversos municípios, através da criação de um projeto de inserção de todos os segmentos sociais nos jogos, por meio da abertura de vagas nas quadras e ginásios com a devida contratação de orientadores, bem como a realização de campanhas para convidar pessoas de quaisquer gênero, cor, classe social ou orientação sexual para atuarem na realização das práticas esportivas, tanto como jogadores quanto como orientadores voluntários, de forma que o povo brasileiro possa compartilhar os valores do esporte e integre socialmente cada vez mais indivíduos. Desta maneira, doravante a modernidade tornar-se-á menos individualizadora e mais cidadã.