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Enviada em: 11/10/2018

O uso do esporte como ferramenta de inclusão não é uma pauta que surgiu atualmente no Brasil. Entre as décadas de 1930 e 1940, a ditadura de Getúlio Vargas foi o primeiro governo a criar políticas públicas para o esporte como prática social. Nesse contexto, não há dúvidas de que esse mecanismo foi e ainda é um instrumento importante para a sociedade, não só pelo seu poder educacional, mas também como combate à criminalidade infantil.       Convém ressaltar, a princípio, que as atividades esportivas tem um papel importante no que diz respeito à questão educacional no país, uma vez que, devido à sua prática, crianças e adolescentes aprendem a trabalhar em grupo, a respeitar as diferenças de cada um -principalmente de pessoas com deficiência- e a obedecer regras e normas. Isso combinado com o pensamento de Paulo Freire que diz que a educação é o principal fator que muda a sociedade, é indubitável que se faz necessário que o esporte seja trabalhado de maneira pedagógica e não estritamente corporal, principalmente porque, se desenvolvida da maneira correta, essas atividades físicas podem ajudar a restabelecer valores perdidos, no reconhecimento do resultado pelo esforço, na superação de metas e no respeito à hierarquia. Contudo, devido à falta de investimentos nessa área e na renumeração dos profissionais de educação física, isso não é bem efetivado.       Além disso, é importante ressaltar também que o esporte impede que muitas crianças e adolescentes recorram à criminalidade, posto que, se praticado regularmente, diminui de maneira considerável o tempo que os jovens passam nas ruas e, consequentemente, contribui para que os mesmos não acabem aprendendo e seguindo exemplos negativos, ou se envolvendo no uso e tráfico de drogas. Ao se examinarem diferentes partes da América Latina, verifica-se que essa intencionalidade foi colocada em prática e a taxa de violência infantil diminuiu notavelmente; diferente do Brasil que, por negligência do Estado, os benefícios não alcançam todos os lugares necessários.        Portanto, diante dos fatos supracitados, medidas são necessárias para resolver esse impasse. Cabe ao Governo, juntamente com o Ministério do Esporte, destinar maiores recursos para o investimento dessa área nas escolas e também para melhorar a renumeração dos profissionais de educação física, com o objetivo de incentivar os professores a assumirem o seu papel de maneira eficaz, trabalhando não apenas o físico, mas também o educacional de seus alunos, para que, dessa forma, haja também uma formação de valores. Ademais, faz-se importante também que os órgãos públicos já mencionados construam mais escolinhas de diversas modalidades esportivas, especialmente em lugares carentes, objetivando a diminuição da criminalidade infantil.