Materiais:
Enviada em: 30/09/2018

A prática esportiva é uma atividade de grande importância para o Brasil, servindo tanto como meio de demonstração de poder e soberania quanto como alternativa para a inclusão social no País. Notadamente no governo militar de 1964, em que as liberdades civis foram cerceadas, a inclusão social se deu por meio do estímulo à habilidade futebolística. Atualmente, após a redemocratização, o desporto ainda é uma atividade que carece de investimentos por parte do Poder Público para que exerça o seu papel social na Nação.       Hodiernamente, a população brasileira ainda sofre com o legado de uma estrutura colonialista, pois a desigualdade social está arraigada no País. Ainda em uma perspectiva histórica, o sentimento de nacionalismo está associado ao esporte, em especial ao futebol, visto que o Brasil não foi um grande Império, tampouco vivenciou vitórias em grandes guerras. Assim sendo, a baixa intervenção por parte do Governo no incentivo ao esporte é uma problemática que priva os indivíduos economicamente desfavorecidos do sentimento de nacionalidade e que contribui com a acentuação das desigualdades socioeconômicas em âmbito nacional.       Ademais, nota-se que o esporte tem perdido a sua função de ferramenta de mobilidade social ascendente, passando a ser caracterizado como um negócio lucrativo que interioriza valores e elementos da ideologia capitalista, pois a superioridade de alguns indivíduos resulta, necessariamente, na posição de inferioridade de outros. Destarte, na sociedade atual promove-se a supervalorização dos indivíduos que alcançaram a fama, como o jogador de futebol Neymar e o ex-tenista Guga Kuerten. Essa supervalorização do esporte de rendimento, em detrimento do desporto de lazer, prejudica, a título de ilustração, adolescentes em estágio de formação ética, visto que a competitividade saudável ensina valores, como o trabalho em equipe, além de criar laços afetivos e respeitos. Todavia, frente aos resultados quantitativos, existem muitos talentos que não foram e que podem não ser descobertos pelos grandes empresários devido à exclusão social e a falta de oportunidades no esporte.       Urge, portanto, que o Ministério do Esporte destine um maior orçamento para investir em estruturas que possam incentivar a prática desportiva por parte de pessoas que carecem de condições econômicas no Brasil. Dessa maneira, essa parcela da população poderá ser incluída socialmente por meio do esporte, o que, por conseguinte, contribuirá para o combate à herança de desigualdade que permanece no País. Outrossim, por meio da divulgação midiática da Lei de Incentivo ao Esporte esse Ministério pode fazer com que empresas e cidadãos convertam parte do Imposto de Renda em financiamentos esportivos, contribuindo para uma participação ativa no combate à desigualdade social.