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Enviada em: 25/10/2018

No Natal de 1914, na Bélgica, em meio a Primeira Guerra Mundial, soldados alemães e britânicos estabeleceram uma trégua não oficializada, na qual entoaram canções natalinas e jogaram futebol. Diante desse cenário, percebe-se a importância do esporte como ferramenta inclusiva, haja vista o papel pacífico que ganhou em um dos mais violentos episódios da história do mundo. A partir dessa perspectiva, torna-se pontual analisar os benefícios da prática esportiva e explicar como a falta de investimentos influencia nesse contexto.       Em abordagem inicial, é relevante ressaltar que em um país como o Brasil, severamente marcado pelo abismo entre classes, o esporte pode ser visto como caminho para ascensão social. Prova disso são Robson Conceição e Rafaela Silva, atletas brasileiros que, nas Olimpíadas de 2016, obtiveram destaque em suas performances e tiveram suas vidas, antes marcadas pela miséria e pela violência, transformadas pela prática esportiva. Ademais, tal como qualquer atividade com objetivos claros e determinados, essa prática exige ordem, disciplina e perseverança, isto é, uma série de virtudes éticas desenvolvidas naqueles que se põem a praticá-la. Desse modo, a constante atividade física desenvolve ainda mais tais habilidades, visto que a virtude, sob a perspectiva aristotélica, não consiste em um ato de bondade isolado, mas sim na realização habitual de qualidades positivas.        Outro ponto está relacionado ao pensamento de Émile Durkheim. Segundo o sociólogo, o ser humano é diretamente influenciado pelo meio no qual está inserido. Logo, é de fundamental importância o contato com a realidade esportiva desde o início do período estudantil.  Entretanto, a falta de incentivos ao esporte de base, praticado nas instituições de ensino, interfere diretamente no desporto nacional, visto que são poucas as escolas públicas que têm o suporte estrutural para tal. Vale salientar que, nos Estados Unidos, o esporte consiste no principal diferenciador para ingresso nas universidades, o que confere incentivo e qualidade no ensino esportivo em toda a trajetória do aluno. Portanto, fica clara a necessidade de fomento ao crescimento desse setor no país e, para isso, medidas interventivas estatais.       À luz desse cenário, cabe ao Ministério da Educação estabelecer a obrigatoriedade da disciplina de educação física nas escolas para todos os alunos, do infantil ao Ensino Médio, com professores devidamente qualificados para promover inovações, articular iniciativas, promover projetos com atividades diversificadas, a fim de instituir uma cultura que preze o esporte na medida de sua verdadeira importância social. Por fim, é papel das mídias divulgar as transformações condicionadas pelo esporte, por meio de propagandas e reportagens, com o fito de incentivar a população a valorizar esse ato e, assim, cultivar o gosto pela prática.