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Enviada em: 10/10/2018

De acordo com o conceito de ação social relacionada a valores, de Max Weber, práticas são realizadas conforme os princípios vigorantes na sociedade. Dessa forma, é possível relacionar a existência de valores excludentes acerca da prática de esportes com o impedimento da concretização do potencial integrador dessa atividade, quadro que se agrava associado aos problemas estruturais de educação no Brasil.          Em primeira análise, é necessário ressaltar que, em âmbito social, a concepção arcaica de que é preciso selecionar e treinar apenas os melhores nos exercícios físicos, com dons inatos, é muito difundida. A partir dessa ótica, a ideia de 'Seleção Natural', de Darwin, segundo a qual o meio seleciona os 'mais fortes', é aplicada nas escolas e nas academias, o que estabelece um padrão supressor baseado em esteriótipos, tais como a incapacidade das mulheres e homossexuais nos esportes, além da impossibilidade da prática de atividades desportivas por deficientes físicos. Logo, há o impedimento da participação de determinados grupos nos esportes, o que impossibilita a disseminação da importância e dos benefícios dos exercícios, como a qualidade de vida e o desenvolvimento motor, além de estancarem a possibilidade de integração social por meio deles.           Em segunda análise, na perspectiva do que foi discutido no parágrafo anterior, as alternativas construídas pelo Estado na esfera esportiva são consoantes com os valores vigentes nas comunidades. Por exemplo, conforme dados do Censo Escolar de 2015, nas regiões mais pobres do Brasil, 90% das escolas não contam com quadras esportivas, e em escala nacional, 6 em cada 10 unidades públicas também não possuem, o que não estimula no praticante a permanência na ação, visto que compromete seu exercício. Outrossim, a ausência de capacitação de professores e de estruturação nas escolas para garantir a variedade e adaptação de exercícios para deficientes físicos além da quebra de paradigmas que excluem indivíduos de participar, tornam os esportes segregadores em vez de coletivistas e fomentadores de respeito e solidariedade.             Destarte, é necessário que o Ministério da Educação (MEC), por meio do direcionamento de verbas, promova fins de semana culturais na urbe, com palestras ministradas por antropólogos e profissionais da educação física, a fim de desestigmatizarem arquétipos que consolidam exclusões, para que a atividade esportiva possa incluir a todos, sem exceções. Ademais, que o MEC, também mediante o direcionamento de verbas, invista na estrutura escolar para a prática de esportes e na capacitação de professores, para que a partir de boas condições, os pupilos brasileiros aprendam, desenvolvam e incluam as diferenças através do esporte.