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Enviada em: 09/10/2018

Na Grécia Antiga, por volta do século VII a.C., vigorava a máxima ''corpo são, mente sã'', que tratava da conexão entre educação física e intelectual para a manutenção do bem-estar do indivíduo, sendo o esporte muito valorizado nesse contexto. Hoje, com todo o avanço sociocultural, percebe-se que, além de um instrumento de ensino o desporto funciona também como importante ferramenta de inclusão social. Com efeito, faz-se necessário analisar não só como o esporte traz tal benefício, mas também as dificuldades que ele enfrenta para sua execução no Brasil.    A princípio, convém ressaltar que, num país com grande desigualdade social, como o Brasil, o esporte age encurtando as distâncias entre classes. Isso porque, ao trazer uma alternativa de vida digna, a prática esportiva pode garantir que os jovens afastem-se de situações de risco -como criminalidade ou tráfico de drogas- e insiram-se no meio social, conseguindo, inclusive, ascensão. Exemplo disso é o caso da judoca Rafaela Silva, que partiu de uma situação calamitosa e tornou-se campeã olímpica em 2016. Além disso, o desporto também tem potencial na transmissão de valores sadios pois propicia a aprendizagem de disciplina e de determinação, princípios que auxiliam na formação moral do indivíduo.    Entretanto, apesar de todas essas vantagens oferecidas pelo esporte, ainda existem impasses para seu aproveitamento pleno. Nesse sentido, a falta de incentivo financeiro público e privado faz com que muitos atletas não tenham as condições de estrutura e de treinamento necessárias para prepararem-se devidamente. Ademais, a ausência de investimentos governamentais destinados ao esporte de base, oferecido nas escolas, corrobora para essa situação. Os dados do Censo Escolar de 2015, que mostram que 60% das escolas públicas do Brasil não possuem quadra poliesportiva, comprovam essa tese. Por conseguinte, grande parte da população desconhece o efeito metamorfoseador do esporte e aqueles que conhecem e querem praticá-lo, encontram diversos obstáculos.   Torna-se evidente, portanto, que o esporte tem importância decisiva na inclusão social e, no Brasil, encontra-se desvalorizado. Nesse cenário, o governo deve, por meio do MEC, distribuir, nas escolas, cartilhas educativas que tratem do valor do esporte como meio de inclusão social e da sua importância na formação do caráter. Além disso, deve construir a estrutura necessária para prática esportiva e contratar mais educadores físicos qualificados para as escolas, incentivando, desde as séries inciais, o exercício esportivo. Deve, ainda, em parceria com a iniciativa privada, investir nas carreiras de atletas ditos promissores. Isso com o intuito tanto de permitir que a população possa, efetivamente, usufruir dos benefícios do desporto quanto de expor à população como ele tem papel socializador. Dessa forma, será possível que o favorável legado da Antiguidade se mantenha vivo no Brasil.