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Enviada em: 19/04/2017

A Paralimpíada teve sua primeira edição nos Jogos Olímpicos de 1960, em Roma, e esse foi o principal evento para o surgimento do debate a respeito da inclusão social de deficientes físicos, no entanto, esse assunto estende-se a fatores sociais e de gêneros. Muitos jovens e crianças aderem ao esporte como meio de ascensão social, principalmente nas comunidades periféricas das grandes cidades, além de mulheres que enfrentam o machismo e buscam o reconhecimento.       No que se refere a investimento, o Fluminense, clube de futebol do Rio de Janeiro, é referência no Brasil em relação ao trabalho com seus atletas das categorias de base. Todos têm acesso ao curso de inglês, acompanhamento profissional de supervisão e assistentes sociais, além das programações culturais e palestras a respeito do uso de drogas e cidadania para o crescimento cognitivo. É importante destacar todo o acompanhamento dado pela instituição esportiva carioca, visto que se não houver o cuidado com esses cidadãos em formação, será difícil a inclusão deles na sociedade sem que sigam o rumo da marginalização. Por isso, apenas o acesso às atividades físicas não é suficiente, é preciso ter apoio e estímulos culturais a fim de educar o indivíduo para o mundo.       Em 1990, foi criado o Ministério do Esporte a fim de fortalecer setores sociais e desenvolver uma política nacional desportiva. Segundo o Governo Federal, são oferecidas 246 bolsas pódio para atletas de alto rendimento, sendo 40% mulheres. Todavia, em entidades particulares a inclusão feminina ainda é tímida, tendo em vista que os homens geram mais lucro em suas atividades. Na lista dos 100 atletas mais bem pagos do mundo, de acordo com a revista Forbes, aparecem apenas duas mulheres, e isso é preocupante. Somado a isso, o mercantilismo gerado em torno do esporte leva jovens a criarem expectativas quanto à ascensão social, sendo a mídia o fator preponderante na propagação desse pensamento. Na televisão é feita uma romantização da vida de jogadores, principalmente no futebol, o que faz muitos terem uma ideia deturpada da real inclusão social.       Sendo assim, é necessário que medidas sejam tomadas para resolver o problema. Em uma ação conjunta entre o Ministério do Esporte, Ministério da Cultura e MEC, pode-se haver uma melhor integração entre escola e indivíduo, tendo por intermédio o esporte e acesso a programas culturais. Por meio de palestras educacionais nas escolas sobre uso de drogas e sexualidade, jogos interativos inter-escolares, além de acompanhamento acadêmico feito por assistentes sociais públicos, o esporte terá todo o suporte preciso para manter pessoas longe da marginalização. A luta pelo reconhecimento e inclusão das mulheres deve ser feita da parceria entre Governo Federal e entidades esportivas que estejam comprometidas com o assunto, tendo como objetivo equiparar as oportunidades entre gêneros.