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Enviada em: 31/07/2017

Nos primeiros Jogos Olímpicos, ocorridos em Atenas no século XIX, devido à rigidez da época, ser bem-sucedido em alguma competição era uma das poucas formas que pessoas pobres tinham de ascender socialmente. Nesse contexto, observa-se que, no Brasil, o poder transformador do esporte enfrenta limitações e não é usufruído pela sociedade, devido, sobretudo, à infraestrutura precária e à exclusão social que impede o seu acesso à população menos favorecida economicamente.   O esporte é caracterizado como uma atividade física, cuja prática regular auxilia no condicionamento corporal e na obtenção de saúde. Nesse sentido, para que ele possa ser realizado apropriadamente, a existência de quadras equipadas e o oferecimento de instrumentos de manuseio são imprescindíveis para uma boa execução, porém ambos não são disponibilizados à população, impedindo o seu acesso à prática esportiva. Como prova disso, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cerca de 40% das escolas públicas do país não fornecem o esporte como atividade corriqueira a seus alunos.    Além disso, outro fator responsável pela não utilização do esporte como meio de inclusão social é a falta de oferecimento dele a população mais pobre. Como os investimentos do Estado normalmente são aplicados nos aglomerados urbanos mais desenvolvidos, a construção de academias e ginásios com modalidades esportivas variadas, tais como o parque olímpico construído para os jogos de 2016 no Rio de Janeiro, limita-se a favorecer somente a indivíduos mais privilegiados economicamente, excluindo crianças e adolescentes habitantes de periferias e favelas de ter acesso a esse recurso, o qual, quando bem desenvolvido na vida de um indivíduo, pode auxiliá-lo a obter melhores condições sociais e econômicas. Uma ilustração desse fato ocorreu com o jogador de futebol Ronaldo ‘’fenômeno’’, cuja ascensão econômica e social pôde ocorrer após ser bem-sucedido em sua categoria esportiva.    Nessa perspectiva, para que o esporte possa alcançar todos os âmbitos sociais, mostra-se, portanto, necessária uma ação conjunta entre Estado e sociedade. Para tanto, cabe ao Governo Federal reestruturar as quadras e ambientes esportivos de localidades periféricas, através da disponibilidade de lugares equipados e que possam ser gratuitamente usufruídos, principalmente, pela população mais pobre. Ademais, é imprescindível que o terceiro setor – composto por associações de indivíduos que se organizam para obter melhorias na sociedade – direcione ao Poder Público os principais locais onde a prática esportiva é escassa e insatisfatória, visando, ainda, a construção de ginásios poliesportivos que estimulem o crescimento profissional de jovens exitosos em sua modalidade, contribuindo com que exemplos como o do jogador Ronaldo sejam cada vez mais comuns no corpo social.