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Enviada em: 16/08/2017

Artigo 5°      John Locke, em um de seus escritos, afirmou que, ao viver em sociedade, o indivíduo é impulsionado a se moldar aos seus contornos. Em um país como o Brasil, o qual é símbolo do futebol, um dos esportes mais prestigiosos da atualidade, o desporto, que exerce grande influência de massas, possui o potencial de ser transformador de perspectivas de vida. Desse modo, o surgimento do esporte como instrumento de inclusão social se tornou essencial à realidade do país e, por isso, o pouco aproveitamento dessa ferramenta se mostra consideravelmente nocivo à coletividade.           Em primeiro plano, é indubitável que a questão constitucional e sua aplicação estão entre as causas do problema. De acordo com o artigo 5° da Carta Magna brasileira, todos são iguais perante a lei, impondo-se ao Poder Público o dever de assegurar a inviolabilidade de tal princípio isonômico, incluindo o esporte como direito de cidadania. O que se nota, pois, na comtemporaneidade, é a inoperância desse direito constitucional, haja vista que não há a promoção, em larga escala, de uma estrutura que incentive o exercício esportivo e nem uma maior valorização das aulas de educação física nas instituições de ensino, impedindo que essas práticas cumpram um de seus principais benefícios: impulsionar a inclusão social de muitos.          Outrossim, destaca-se a importância do apoio domiciliar como complemento do papel social do esporte. Segundo Durkheim, o fato social é uma maneira coletiva de agir e pensar, dotada de coercitividade, generalidade e exterioridade. Ao seguir essa linha de raciocínio, observa-se que a ausência da participação familiar pode ser encaixada na teoria do sociólogo, uma vez que, se uma criança reside em um lar em que atividades desportivas não são incentivadas em detrimento de uma criação com momentos de lazer pautados, apenas, em jogos eletrônicos e programas de tv, tende a se tornar um indivíduo solitário por conta do tipo de socialização a qual está submetida. Assim, o jovem dificilmente se enxergará como parte do meio em que está inserido, sendo, constantemente, telespectador da própria realidade.          Torna-se perceptível, por conseguinte, que a subestimação do esporte como ferramenta de inclusão social é fruto da ainda fraca eficácia de leis e de uma socialização falha como intenso fato social. Logo, para modificar esse cenário, o Governo Federal deve investir tanto na elaboração de centros esportivos populares, principalmente nas regiões periféricas, quanto na melhor capacitação de professores de educação física