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Enviada em: 11/09/2017

Segundo o geógrafo Milton Santos, "o simples nascer investe o indivíduo de uma soma inalienável de direitos". No entanto, muitas pessoas são privadas desses direitos, como o direito ao esporte, por não terem apoio e estrutura. Assim, isso prejudica a formação de crianças e adolescentes, visto que a prática esportiva é considerada como algo muito mais importante que uma atividade física, é uma ferramenta capaz de unir diferenças, superar limitações e formar cidadãos melhores. Diante disso, adotar ações afirmativas para melhorar o acesso ao esporte mostra-se o melhor caminho para a inclusão social no Brasil.    Em "Modernidade Líquida", o sociólogo polonês Zygmunt Bauman discorre sobre a superficialidade e a efemeridade dos relacionamentos humanos. Para ele, os laços estão cada vez mais líquidos. Por certo, sua teoria se relaciona com a prática esportiva no Brasil, uma vez que o atual panorama do país é embasado no imediatismo, no individualismo e na falta de altruísmo. Dessa forma, muitas pessoas não apoiam o esporte, empresas não patrocinam os atletas e o governo não investe, suficientemente, em locais públicos para treinamento. Com isso, é clara uma importante maior com com eventos esportivos de grande visibilidade — Copa do Mundo e Olimpíadas — e um descaso com locais mais carentes e pequenos, mas que possuem várias pessoas em busca de um futuro melhor.    Nesse contexto, vidas de muitas crianças e adolescentes deixam de ser transformadas. Isso porque, o esporte é uma ferramenta de inclusão social, que tira vários jovens das ruas — sujeitos ao tráfico de drogas e à criminalidade. Além disso, estimula o crescimento das noções de solidariedade e respeito ás diferenças, além de ensinar a conviver em grupo, a ganhar e a perder. Por outro lado, a prática esportiva oferece um novo sentido à vida de pessoas com deficiência física, estimulando a superação das barreiras e das limitações.    Fica claro, portanto, que o esporte é muito importante para a inclusão social no Brasil, porém, precisa ser melhorado. Logo, faz-se necessário que o Ministério do Esporte promova mais projetos sociais, principalmente em comunidades carentes, além de dar condições melhores aos centros de treinamento e investir em novos locais e nos atletas paralímpicos. Ademais, as escolas devem incentivar a prática esportiva desde a educação infantil e tornar a educação física essencial na vida dos alunos. Por fim, a mídia, por meio de propagandas e novelas, deve motivar a população a praticar esportes e incentivar as empresas a patrocinarem atletas e projetos sociais esportivos. Talvez assim, tenhamos um país com menos exclusão social e mais igualdade.