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Enviada em: 21/09/2017

É trivial que a prática de esportes faz bem à saúde, mas ela também está atrelada ao contexto de inserção social. Contudo, as escolas, no Brasil, instituíram as aulas de educação física com finalidade pedagógica e não trabalham outra perspectiva. Além disso, há enfoque em esportes populares pela mídia, o que negligencia outras atividades e limita o alcance e destino de mais recursos aos diferentes públicos.       Deve-se salientar, primeiramente, que o ambiente escolar vive tal realidade diariamente. Nesse âmbito, pode-se citar o bullying, o qual é um fator de exclusão muito comum no cenário supracitado. A razão disso ocorrer, precisamente, na educação física, está ligada à relação construída entre professor e aluno, pois o sistema proposto pela grade de ensino não prioriza a entrega dos valores concernidos à prática esportiva: empatia, coletividade, união e respeito. Ademais, a falta de autoridade dos educadores, nesse caso, dá margem aos excessos de indivíduos sobre outros, como abusos verbais e físicos que podem ser ignorados. Fica claro, portanto, a indiferença sobre a busca pelo aprimoramento pessoal e profissional a fim de contornar problemas que potencializam ações excludentes.       Outro fator imprescindível, na discussão, são os meios de comunicação. Esses, por sua vez, dão espaço ao que é mais rentável. Dessa maneira, o futebol se sobressai e capta mais investimentos onde exige. Por esse motivo, existe a esperança sobre uma possível ascensão social, haja vista a romantização desses meios sobre a vida dos jogadores. Todavia, outras vertentes não recebem a devida atenção e, mesmo com a promoção dos eventos poliesportivos, ela é momentânea. Embora as Olimpíadas e Paralimpíadas, em 2016, tenham trazido a importância da multiplicidade do esporte, o legado não foi tão benéfico. Isso, pois, ocasionado pelo processo de gentrificação no Rio de Janeiro, o qual deu lugar à cidade olímpica. Tal fenômeno altera as dinâmicas sociais, levando a população de baixa renda, local, para área periféricas. Assim, é perceptível a inabilidade brasileira sobre a importante ferramenta que é o esporte no âmago da inclusão, a qual reflete, também, quão o capitalismo tem influência social.       Diante dessa problemática, consta-se que o poderio escolar e midiático, como formadores e influenciadores, pode ser melhor aproveitado. Logo, faz-se necessário a capacitação dos professores de educação física por meio de reuniões e palestras com estudiosos sobre o assunto subsidiadas pelo MEC, objetivando modernizar o conceito das aulas e tematizá-las a favor de uma visão conciliadora entre indivíduos. Por outra perspectiva, cabe aos veículos de comunicação dar maior ênfase às outras atividades. Realizar-se-á, com a ajuda de ONG's e Ministério dos Esportes,  projetos poliesportivos nas periferias com divulgação nos canais abertos a fim da maior democratização das práticas e envolvimento ativo da comunidade.