"Quem não sonhou em ser um jogador de futebol?", esse questionamento, presente na composição de Samuel Rosa e Nando Reis, retrata uma realidade vivenciada por muitos brasileiros: o sonho em se tornar jogador de futebol. O esporte é enxergado por muitos como um meio de ascender socialmente. Contudo, é possível perceber que ele não se limita a isso, visto que sua prática reflete no âmbito da interação entre os indivíduos que a praticam, contribuindo para que haja uma inclusão social. É perceptível que a prática de esportes, consiste em um mecanismo de adequação do indivíduo ao meio, durante a sua realização existe interação social entre os envolvidos, contato, comunicação e aproximação. Desse modo, o produto oriundo desse exercício é a melhora do convívio social. Destarte, é possível encontrar a história de atletas que enxergaram no esporte um mecanismo de transformação. Assim, o atleta paraolímpico Daniel Dias é um exemplo de tal afirmação, visto que durante os primeiros anos da sua vivência escolar sofria preconceito, ao ser chamado por nomes pejorativos como "saci" ou "aleijado", devido a deficiência que possuía. Contudo, o esporte foi utilizado como instrumento de interação e adequação, quando aos 16 anos começou a prática da natação e alguns anos depois tornou-se campeão paraolímpico e referência para muitos jovens, que assim como ele enfrentaram o preconceito e utilizaram o esporte como meio de superação. É tácito que o esporte funciona como um igualador social, visto que durante a sua prática não importa qual posição o praticante ocupa na pirâmide social, mas é válido o talento, o esforço e a disciplina que possui. Dessa forma, a sua prática fornece ao indivíduo a oportunidade de crescer em determinada modalidade e de tal maneira tornar-se até mesmo um expoente nela. Então, é possível notar que, muitas vezes, aquele jovem que vivia sem expectativa quanto ao futuro, devido à falta de oportunidades ou à condição financeira, encontra no esporte um meio de ganhar visibilidade e inserção. Portanto, é evidente a necessidade do incentivo à prática esportiva, visto que ela configura um meio de inclusão social. Entretanto, é válido salientar que o âmbito esportivo não se restringe ao mundo do futebol e o Brasil necessita passar por um processo de democratização do acesso às diversas modalidades. De tal maneira, o Ministério da Educação deve investir na criação de centros poliesportivos dentro das escolas e reforma dos que já existem - priorizando inicialmente as que se encontram em áreas de maior vulnerabilidade social . Aliado a isso, deve ser incentivado a utilização desses centros pelos alunos, levando-o a optar por pelo menos uma modalidade para que possa dedicar-se, incentivando o aperfeiçoamento e progresso dentro dela. Logo, o esporte cumprirá o seu papel social ao fornecer a oportunidade de integração e funcionar como agente de transformação.