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Enviada em: 01/11/2017

Ao longo das décadas, o esporte sofreu grandes modificações de execução e principalmente de finalidade, agregando valores sociais de transformação ao que, no princípio, promovia apenas o exibicionismo e as conquistas greco-romanas. Todavia, faz-se evidente a fragilidade desse potencial transformador no cenário brasileiro, uma vez que a supressão e a desvalorização do desporto impedem a efetividade de seus benefícios.    Apesar de compor a grade curricular das escolas, a atividade física no país não proporciona todas as vertentes possíveis aos alunos, sendo assimilada como mera prática recreativa. Isso porque a carreira esportiva associada ao ingresso universitário, assim como à garantia de bolsas para graduação não se presentifica no modelo sociocultural do Brasil, o que suprime deprecia a visão do esporte como agente transformador.    Outra questão inerente ao desporto brasileiro é a má qualidade dos já escassos recursos esportivos, problemática que interfere no processo de inclusão social, tanto dos portadores de necessidades especiais, quanto das classes menos favorecidas. Tal situação decorre da falta de investimento efetivo, por ser efêmero e/ou mal aplicado quando existente; fato constato nos inúmeros casos de abandono esportivo pelos atletas, defronte a carência de recursos como transporte e equipamentos especiais/adaptados.    Vistos os desafios que debilitam o potencial do esporte como transformador social, vale ressaltar a necessidade de atrelar a prática esportiva aos interesses socioeducativos, por meio de reformulação aplicacional da grade de educação física nas escolas, visando exaurir a concepção do desporto como recreação e tornando-o significante para o ingresso universitário. Cabe ainda às esferas governamentais garantir a inclusão através da prática esportiva tornando eficaz o direito de igualdade previsto no código civil; para tal, facilitações devem articular o acesso ao esporte, por meio da canalização dos investimentos existentes, bem como a promoção de maiores incentivos públicos e privados para a manutenção destes recursos facilitadores: transporte para os centros de treinamento, equipamentos adaptados, entre outros.