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Enviada em: 02/08/2019

Na obra ''A Riqueza das Nações'', Adam Smith, filósofo liberal e economista britânico, sustenta que o livre comércio e uma mínima interferência econômica estatal configuram-se como o único caminho para a ascensão monetária de um país e, consequentemente, de seus indivíduos. Nesse sentido, a formação dos blocos econômicos - conjuntos de nações que se alinham por interesses comerciais - constitui-se uma maneira de desburocratizar e reduzir os custos de transações entre seus integrantes. Contudo, apesar desse aspecto positivo, o comércio dos países que aderem a esses acordos, caso do Brasil, sofre o impacto de problemáticas contemporâneas, como a falta de liberdade que esses tratados impõem, além do contrabando pirata estimulado por um exagerado protecionismo.      Primeiramente, evidencia-se, por parte desses acordos, uma política que limita seus participantes a regulamentos autoritários, que vão contra os princípios libertários que motivaram a criação dos blocos. Essa lógica é comprovada pelo ''Brexit'', a saída do Reino Unido da União Européia. Sobre esse rompimento, o parlamento britânico alegou que o bloco econômico mais poderoso do mundo é prejudicial à soberania do país, à medida que extrapola os tópicos comerciais e estabelece regras para assuntos como imigração e destinação de recursos públicos. Logo, percebe-se um desvirtuamento do propósito liberal e comercial que impulsionou a criação desses grupos.      Outrossim, é imperativo pontuar o comércio de mercadoria irregular, no Brasil, como exemplo de falha na política do bloco mais influente da região, o MERCOSUL. Prova disso é a numerosa quantidade de artigos contrabandeados comercializados que advém da China, como brinquedos e peças de vestuário. Isso decorre das normas protecionistas de tal acordo, que determina que importações de parceiros comerciais devem ser priorizadas em detrimento de aquisições de outras nações. Como resultado de regras dessa natureza, há o estímulo do comércio ilegal, o que faz com que a competitividade do Brasil seja impactada. Nota-se, assim, a necessidade de fazer com que os blocos econômicos sejam positivos, e não um agente limitador da livre concorrência.        Infere-se, portanto, que no âmbito mundial e brasileiro, as instituições devem trabalhar para garantir a autonomia dos países. Posto isso, o Banco Mundial, mediante estabelecimento de novas regras, deve alertar as nações que integram agrupamentos econômicos a serem mais rígidas e contestarem normas que ultrapassam os limites de uma economia saudável. Ademais, o Ministério da Economia deve, por meio de conferência com líderes do MERCOSUL e demais blocos econômicos, realizar uma reestruturação normativa das regras que regem tais blocos. Essa reestruturação deverá, preferencialmente, retirar as normas que afetam, de modo negativo, o comércio e a economia nacional.