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Enviada em: 10/05/2017

Considerado pelo Romantismo um símbolo cultural e nacionalista do Brasil, os índios enfrentam, na contemporaneidade, consequências provindas de longos anos de subordinação, de perda de direitos originários e até esquecimento. Nesse aspecto, a questão agrária aliada à sobreposição de tradições agrava essa problemática.         Relacionado a isso, o país contraria a sua constituição por não possuir uma política eficaz de demarcação agrária e nem garantir esse direito. A evidência disso está na aprovação da PEC 215, a qual é considerada um retrocesso por permitir a retirada da homologação das terras indígenas. Não obstante a nação brasileira foi pressionada por órgãos internacionais, como a ONU para que cumpra o que está previsto nas leis. Tendo isso em vista, inúmeros povos são expulsos de suas propriedades ou mortos em decorrência da desenfreada expansão agrícola e até da construção irregular de usinas hidroelétricas como a do Belo Monte. Essa situação, logo, ratifica a situação precária e desigual dessa população quando se refere a terras e a necessidade de mudanças.            Além disso, a cultura desses habitantes está em segundo plano em deterioramento dos costumes dos homens brancos e europeus, estes muito aderidos em nossa sociedade. Essa inferiorização está presente em diversos âmbitos, como no educacional já que nas escolas não é ensinada a história e as tradições indígenas, que por sua vez possui apenas a visão europeia. Tendo como consequência a compreensão romantizada, idealizada e retrógada que boa parte dos brasileiros possuem, já que muitos ainda consideram que esse grupo étnico não utiliza tecnologia, é isolado e até mesmo em processo de extinção. Nesse contexto, o meio social desenvolve a desvalorização da sabedoria deles e corrobora para a permanência de uma concepção de mundo colonial.               Desse modo, os povos considerados por muito tempo como ''bom selvagem'' permanece com dificuldades semelhantes a de séculos anteriores em uma sociedade que deveria valorizá-los, sendo necessário o reconhecimento e o enfrentamento de seus problemas por parte do Estado. É imprescindível, destarte, que com o auxilio da FUNAI acelere o processo de marcação de terras de modo que todos os lados envolvidos sejam favorecidos, proibindo sua revogação e o colocando como prioridade nos processos judiciais. Deve-se também aumentar a fiscalização de áreas preservadas usufruindo-se da adição de mais policiais e até cercas, promovendo o tombamento da propriedade do invasor e, desconcentrar e limitar a fronteira agrícola por meio de incentivos fiscais. Ademais, é essencial que o Ministério da Educação e Cultura promova manifestações étnicas dessa população em escolas e adote no currículo comum a história e os costumes deles para quebrar os paradigmas a cerca disso.