Materiais:
Enviada em: 13/05/2017

Na confluência entre os interesses do agronegócio e o descaso da sociedade com a população indígena, os conflitos envolvendo esses povos agravam-se no Brasil. Diante da importância histórica e cultural dessas comunidades autóctones, surge a necessidade de criar medidas que garantam seus direitos. Contudo, o conflito de interesses na demarcação de terras e o menosprezo da sociedade com as questões indígenas dificultam esse processo.    Observa-se, primeiramente, que a inércia dos dirigentes na regularização das terras está relacionada, sobretudo, a motivos econômicos. Historicamente, para a exploração das riquezas do Brasil, os portugueses investiram em latifúndios, criando uma elite ruralista que até hoje tem grande poder de decisão. Consequentemente, essas terras com potencial econômico, que em muitos casos foram obtidas de forma irregular, dificilmente serão devolvidas aos seus habitantes originais.    Verifica-se, ainda, que o pouco envolvimento da sociedade com os povos aborígenes intrinca a realização de mudanças. Os índios, além da carência de representatividade na política, são marginalizados pela maioria da população, que muitas vezes negligencia a participação desses nativos na construção do patrimônio cultural do país. Em decorrência disso, os indígenas tem pouco apoio da sociedade na luta para usufruir dos seus direitos.      Depreende-se, portanto, que o índio está em foco na atualidade devido, principalmente, aos conflitos decorrentes da busca por efetivar de fato seus direitos. Desse modo, cabe ao Estado, o dever de garantir que as leis em relação a esse tema sejam aplicadas na prática. Para isso, essa instituição pode investir em pesquisas sobre o terreno para desmascarar a falsificação de documentos e definir os habitantes originais. Ademais, o Terceiro Setor, por intermédio de palestras e debates, tem a função de apresentar para a população a necessidade de defender esses povos nativos como também pressionar os governantes a realizarem transformações concretas.