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Enviada em: 11/05/2017

O processo de colonização do território brasileiro é marcado por relações exploratórias. Nesse contexto, percebe-se que as terras indígenas são alvo de exploração, sobretudo, relacionados à iniciativa privada. Do mesmo modo, há a dizimação de etnias, configurando um entrave para reflexão acerca da efetividade dos direitos humanos para populações indígenas. Ademais, as consequências do supracitado provêm de uma construção cultural e carecem de um debate aprofundado e público.    Nessa perspectiva, o atual arranjo espacial e agrário do Brasil é fruto da usurpação e exploração promovidas, mormente, por Portugal. Hoje, as terras pertencentes aos índios são lugares, principalmente, de mineração. Destarte, nota-se que a Fundação Nacional do Índio (FUNAI) age de forma lenta e parcial, uma vez, que, pouco defende os interesses do setor citado, assim como, concede alvarás para instalação de minas e hidrelétricas em regiões demarcadas, como ocorreu na reserva do rio Xingu.    Outrossim, ao longo da história brasileira, o interesse no lucro se sobrepôs às vidas dos nativos. Dessa forma, mesmo com a promulgação da Declaração Universal dos Direitos Humanos em 1944 e, em seguida, da Constituição Brasileira em 1988, há persistência da violência contra o setor supracitado, sendo perpetuada, comumente, pelos grandes latifundiários e grileiros. Essa realidade revela que, ainda, eles são tidos como seres animalescos e primitivos, associado, maiormente, à natureza.    Essa situação, portanto, é uma construção histórico-ideológica e para desconstruí-la, medidas devem ser tomadas. Para tal, a FUNAI deve assegurar a representatividade dos povos, sendo necessário a criação de espaços de fala, sobretudo, nos meios de comunicação e instituições políticas, com o objetivo de expor e atender as pautas desses. Em consonância, é de extrema importância que o Ministério da Educação implemente no currículo escolar uma matéria voltada para cultura indígena, visando desmistificar a imagem folclórica acerca do índio e preparar as futuras gerações para respeitá-los em todos os aspectos.