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Enviada em: 12/05/2017

Na tão lembrada Carta de Pero Vaz de Caminha, o escrivão mais famoso da nossa história contava sobre a presença de um povo que, sob os olhares europeus de soberania, precisava ser civilizado: os índios. É engano pensar que essa perspectiva europeia tenha ficado no passado. Desse modo, percebe-se a necessidade de se debater a questão do indígena no Brasil contemporâneo. Nesse contexto, há dois fatores que não podem ser negligenciados: o preconceito do brasileiro para com a cultura indígena e a luta desse povo pela garantia de suas terras.   Em primeira análise, cabe pontuar que muitos brasileiros do século 21, pensam como portugueses do século 16 quando subjugam a cultura indígena, considerando-os selvagens e colocando em segundo plano a sua participação na sociedade. Prova disso é o fato da língua portuguesa ser classificada, popularmente, como a língua oficial do país, enquanto as deles são dialetos, assim como a cultura da maioria da nação ser classificada como rica e civilizada, enquanto a deles é considerado folclore.   Ademais, convém frisar que a questão cultural não é, contudo, o único problema. Além de tudo, os índios ainda têm de lutar pela terra. Comprava-se isso pelas constantes tomadas de terras efetuadas pela bancada ruralista do Brasil para alocar suas atividades comerciais – a agricultura e a pecuária. Essa situação vem dizimando muitas tribos e impedindo qualquer avanço na tentativa do governo ou de ONGs que atuem na causa indígena, de assegurar o direito de existência desses povos. Sabe-se ainda, de casos como o da tribo Guarani-Kaiowá, que perderam suas terras e tiveram que realizar trabalho escravo como forma de sobrevivência nos latifúndios.   Portanto, medidas são necessárias para atenuar a problemática. É imprescindível que o governo impeça a agricultura e a pecuária de avançar para essas terras indígenas, para garantir o direito de vida e o sustento desse povo. Uma vez tendo esses direitos básicos garantidos, deve-se conservar e difundir sua cultura através das ONGs brasileiras. Logo, poder-se-á afirmar que a pátria oferece meios de lidar com a problemática.