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Enviada em: 13/05/2017

Segundo Albert Einsten, cientista contemporâneo, é mais fácil desintegrar um átomo do que um preconceito enraizado. Nesse sentido, ainda é claramente perceptível hodiernamente a desvalorização da cultura indígena por parte da sociedade brasileira, na medida em que o sentimento de soberania cultural - fruto de um processo histórico - ainda se faz presente, ocasionando  a ausência do Estado diante das problemáticas sociais. Diante disto, é essencial a quebra de preconceitos historicamente impostos, promovendo a garantia de direitos essenciais para os povos nativos.       Em primeiro plano, o individualismo é a causa de toda discriminação. O sociólogo Zygmunt Bauman afirma que o individualismo é a marca registrada da sociedade moderna, e, consequentemente, a população tende a ser incapaz de aceitar as diferenças. Tal premissa vem sendo observada desde o Brasil Colonial, onde os portugueses se consideravam seres civilizados e que possuíam a missão de civilizar, por exemplo, os Tamoios e os Tupinambás. Essa prática se tornou herança histórica nacional, visto que ainda se faz presente. Prova disso é o fato que consideramos a nossa cultura rica e civilizada, enquanto a deles é considerada folclore por muitos de nós.       Sendo assim, os interesses dos "civilizados" vem tentando se sobrepor aos direitos dos povos "não civilizados". O avanço da agropecuária e da mineração, em regiões interioranas do Brasil, vem trazendo muitos lucros para os que a praticam. Porém, essas atividades  vem resultando em destruições de comunidades ameríndias, ocorrendo a sua expulsão. Nos últimos anos, o assassinato de homens desses povos - fruto de vários conflitos por garantia de suas terras - aumentou 130% de acordo com o relatório da Cimi (Conselho Indigenista Missionário). Esses acontecimentos demonstram a violação dos direitos garantidos pelo Estado Democrático de Direito, que tem por fundamento a dignidade humana.         Em suma, a união do povo e do governo faz-se necessária para a resolução desses problemas históricos e sociais. Cabe aos cidadãos repudiar a inferiorização cultural por meio de debates - nas mídias sociais, escolas, programas televisivos - capazes de divulgar a resistência aos valores dos ameríndios, buscando desconstruir essa visão europeia imposta na sociedade. Ao Poder Legislativo, por sua vez, deve promover a criação de leis de delimitações das terras indígenas, buscando garantir a segurança dessas comunidades. Contudo, deve haver maior fiscalização dessas áreas por meio da Funai (Fundação Nacional do índio), evitando assim conflitos entre fazendeiros e indígenas. Além disso, a Funai deve realizar uma maior assistência social a estes povos, garantindo assim saúde e educação. Dessa forma, a nação verde e amarela poderá abandonar o individualismo, e garantir uma maior integração e respeito as diferentes culturas existentes em nosso país.