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Enviada em: 08/06/2017
No Arcadismo, o escritor Santa Rita Durão caracterizou o índio como "grande comedor de gente". Já na primeira fase do Modernismo, Mário de Andrade, cria a personagem Macunaíma, conhecida pela antonomásia "o herói sem caráter". Entretanto, os índios não são apenas figuras literárias, mas habitantes brasileiros que precisam ter a cultura e a saúde deles preservada. Mormente, apesar da construção de inúmeras visões preconceituas acerca dos índios, o escritor Mario de Andrade descreve a realidade vigente até os dias hodiernos. No momento em que ele chama Macunaíma de sem caráter, ele não se referia ao aspecto moral, mas ao cultural. Muitas vezes, o silvícola sofre um processo de aculturação ou é morto em conflitos territoriais. Essa situação corrobora para extinção das línguas indígenas, uma vez que sem falantes, elas não podem se perpetuar. Segundo a Universidade Estadual de Campinas, dos 181 dialetos existentes, 115 já foram extintos ou correm esse risco. Ademais, o território indígena é geralmente inexplorado. Dessa forma, os empresários encontram um ambiente propício para o desenvolvimento da mineração e do garimpo de ouro. Contudo, esse atividade é totalmente prejudicial à saúde do indígena. Um exemplo é a aldeia Yanomami em Roraima. De acordo com dados da Fundação Oswaldo Cruz, 92 por cento dessa população está contaminado com mercúrio,metal pesado associado com o aparecimento de distúrbios neurológicos e outras doenças. Em suma, a realidade do índio não é favorável no país. Para reverter esse cenário, a Fundação Nacional do Índio (FUNAI), poderia programas de mapeamento das línguas indígenas, assim como a transcrição e o aprendizado delas por linguistas, com intuito de difundi-las entre as crianças das aldeias e nas universidades. Por fim, a sociedade poderia reivindicar ao Legislativo, por meio de abaixo-assinados, a criação de uma lei para proibir o garimpo em áreas pertencentes aos índios e uma multa de dez mil reais se essa fosse desobedecida.