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Enviada em: 22/05/2017

Sabe-se que o Brasil possui uma grande diversidade cultural em seu território, devido à seu processo de colonização. Nesse contexto, evidencia-se a dificuldade de manter e valorizar a cultura indígena, como parte fundamental na história da criação de uma identidade nacional. Isso ocorre não só pelo descaso do governo com as demarcações de terras, mas também devido à hegemonia cultural herdada dos colonizadores europeus.   Observa-se que a Revolução Industrial proporcionou novas técnicas e mecanismos de fabricação, o que possibilitou uma produção em larga escala. De fato, a demanda por matéria prima cresceu paralela ao avanço tecnológico das indústrias, fazendo com que fosse necessário a exploração de novas áreas territoriais. No entanto, o aproveitamento de recursos naturais nas terras indígenas só pode ser realizado com a autorização do Estado brasileiro, porém muitas áreas de preservação estão sendo alvo de extração ilegal de recursos, no intuito de suprir a demanda comercial do século XXI. À vista disso, a luta por demarcações territoriais indígenas é constante e seu fracasso contribui para dizimar muitas tribos, impedindo o avanço de ONG's para atuar na causa indígena, e assegurar o direito de existência desses povos. Exemplo disso é a mineração, na qual o setor mineral cobiça em média 34% das terras indígenas, localizadas na Amazônia. Como consequência, tem-se a perda das terras dos índios, que acabam se submetendo ao trabalho escravo para seu sustento.  Outro fato que contribui para intensificar a problemática indígena no Brasil, é a hegemonia cultural como traço histórico do processo de colonização brasileiro. Com efeito, o filósofo marxista Antonio Gramci alegava que grupos socialmente dominantes impõe seus valores e crenças sobre outros. Tal afirmação pôde ser observada em 1500 com a chegada dos portugueses no Brasil, os quais iniciaram o processo de catequização dos índios como forma de soberania cultural. Dessa forma, os vestígios dessa prática se estendem até os dias atuais, colocando a cultura indígena apenas como folclore brasileiro, negando sua voz e participação como indivíduo social, o que fere a identidade desse povos. É o que se vê na classificação da língua brasileira como português, enquanto a dos índios é considerada dialetos. Tudo isso acarreta a persistência do índio na posição de desvantagem na sociedade, contribuindo para o aumento significativo da desigualdade social no Brasil.  Diante dos fatos mencionados, nota-se a constante luta por terras e pela identidade indígena no quadro de realidades brasileira. Sendo assim, faz-se necessário, através da Funai, maior rigor na proibição de práticas extrativistas em áreas de preservação indígena. Além disso, com o auxílio do Estado deve-se criar políticas públicas que enquadram o índio na sociedade como indivíduo comum.