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Enviada em: 21/05/2017

Quando Thomas Hobbes afirma em “Leviatã” que o homem, por natureza, é maligno e, assim, capaz de violar realidades alheias a fim de atender a seus interesses, corrobora a atual situação vivenciada pelo índio brasileiro, que tem sua vida impactada em razão da satisfação financeira de grandes exploradores econômicos, bem como pela demora, entre outros reveses, em solucionar questões referentes à demarcação de de suas terras.     Com relação aos impactos negativos impostos à vida do índio, pode-se afirmar que, em grande parte, eles são causados pela exploração a que as terras indígenas são submetidas tanto pelo setor agropecuário, como pelo setor de extração de recursos, que de forma gananciosa pretendem expandir, ou expandem, seus negócios sobre essas áreas. Com certa regularidade, essas agressões são estampadas nas capas de jornais e revistas, assim como veiculadas no rádio e na televisão. Os conflitos gerados acabam por vitimar ainda mais a comunidade indígena, posto que não raras vezes há emprego de arma de fogo por parte dos exploradores, o que culmina com muitos índios com lesões graves e até mesmo assassinados.     Somado a isso, encontra-se a questão da demarcação de terras indígenas, que enfrenta vários obstáculos ocasionando uma morosidade sem igual. Os órgãos públicos responsáveis pelos estudos referentes às demarcações contam, muitas vezes, com servidores que, sob o jugo de grandes fazendeiros e extratores ilegais de recursos, retardam propositalmente a apresentação de um relatório final. Essa demora apenas dificulta a tomada de decisão por parte da autoridade responsável, além servir de motivação para novos conflitos, tendo em vista que, nesse panorama, não se tem a certeza a quem pertence a terra em disputa.     Para que se tenha uma modificação, ou pelo menos uma suavização, desse cenário caótico, portando, seria prudente a participação conjunta dos diversos órgãos de fiscalização – a exemplo da FUNAI, do IBAMA e das Polícias Federal e Rodoviária Federal – com o intuito de coibir a prática de invasão de terras indígenas e, também, de identificar e conduzir à punição servidores inescrupulosos que provocam demora no processo de demarcação. De mesma sorte, faz-se necessário também a atuação da sociedade, seja por meio de organizações não governamentais, seja através de entidades ligadas às igrejas, as quais, utilizando sua estrutura para organizar encontros e seminários, estão aptas a fomentar o respeito aos direitos da população indígena, tal qual descritos na Constituição Federal.