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Enviada em: 22/05/2017

Em tempos de “inclusão social” como principal pauta de governos em vários países, o tratamento destinado ao indígena brasileiro provoca questionamentos quanto ao real sentido da “igualdade” contemporânea. No Brasil, comunidades silvícolas lutam diariamente para preservar seu estilo de vida ao mesmo tempo em que almejam uma maior inserção social cidadã. Dessa maneira, uma ampla discussão acerca dos fatores políticos, econômicos e culturais ligados a essa temática é importante para o bem-estar coletivo.          A imagem estigmatizada de índios pelo europeu confrontada com características advindas de movimentos literários contribuiu para a concepção de uma figura pronta no imaginário popular. Essa representação perdura até hoje, impedindo a participação ativa de aborígenes na coletividade, devido à lógica de que esses indivíduos são porções à parte do conjunto social. Consequentemente, inviabiliza-se a defesa desses grupos prejudicados contra processos etnocidas, já que não há identificação, pela população, nos valores desses povos de elementos do que se convencionou como cultura brasileira.         Outrossim, vale ressaltar que o capital atua também como um obstáculo à consolidação do respeito aos silvícolas, no que tange à questão territorial. Essa afirmação pode ser ilustrada pela presença de interesses relacionados à mineração em territórios indígenas enquanto essas mesmas localidades encontram-se em zonas de expansão do agronegócio. Além disso, a existência de uma legislação inclusiva recente, em relação ao aborígene, faz com que a sociedade esteja, aos poucos, reconhecendo a importância desses nativos para a nação. Logo, a morosidade de homologação de terras confere um teor de irrelevância para esse processo de integração.          É necessária, portanto, a atuação do poder público no aumento da fiscalização de propriedade de índios, através de uma reforma nos dispositivos utilizados pela FUNAI e polícia federal, por meio do uso de tecnologias, como drones, possibilitando o monitoramento a longo alcance. Ademais, a união entre governos de cidades próximas a terrenos indígenas e ONGs, visando à criação de projetos conscientizadores, auxilia na mudança de pensamento dos habitantes quanto a situação atual dos povos nativos, mitigando a problemática desenvolvida.