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Enviada em: 22/05/2017

Sabe-se que o Brasil possui uma grande diversidade cultural em seu território, devido à seu processo de colonização. Nesse contexto, evidencia-se a dificuldade de manter e valorizar a cultura indígena como parte fundamental na história da criação de uma identidade nacional. Isso ocorre não só pelo descaso do governo com as demarcações de terras, mas também devido à hegemonia cultural herdada dos colonizadores europeus.   Observa-se que a Revolução Industrial proporcionou novas técnicas e mecanismos de fabricação, o que possibilitou uma produção em larga escala. De fato, a demanda por matéria prima cresceu paralela ao avanço tecnológico das indústrias, fazendo com que fosse necessário a exploração de novas áreas. No entanto, o aproveitamento de recursos naturais nas terras indígenas só pode ser realizado com a autorização do Estado brasileiro, porém muitas áreas de preservação estão sendo alvo de extração ilegal, no intuito de suprir a demanda comercial do século XXI. À vista disso, a luta por demarcações territoriais dos nativos é constante e seu fracasso contribui para dizimar muitas tribos, impedindo o avanço de ONG's para atuar na causa indígena e assegurar o direito de existência desses povos. Como consequência dessa perda, tem-se o aumento do fluxo de índios que se submetem ao trabalho análogo ao escravo para garantir seu sustento, visto que não há políticas públicas de inclusão social.   Outro fato que contribui para intensificar a problemática indígena no Brasil, é a hegemonia cultural como traço histórico do processo de colonização brasileiro. Com efeito, o filósofo marxista Antonio Gramci alegava que grupos socialmente dominantes impõe  seus valores e crenças sobre outros. Tal afirmação pôde ser observada em 1500 com a chegada dos portugueses no Brasil, os quais iniciaram o processo de catequização dos nativos como forma de soberania cultural. Dessa forma, os vestígios dessa prática se estendem até os dias atuais, colocando a cultura indígena apenas como folclore brasileiro negando sua voz e participação como indivíduo social, o que fere a identidade desses povos. É o que se vê na classificação da língua brasileira como português, enquanto a dos índios é considerada dialetos. Tudo isso acarreta a persistência do aborígene na posição de desvantagem na sociedade, contribuindo para o aumento significativo da desigualdade social no país.   Diante dos fatos mencionados, nota-se a constante luta por terras e pela identidade dos primitivos no quadro de realidades brasileiras. Sendo assim, faz-se necessário, com o auxílio da Funai, que medidas mais rígidas de controle à invasão de áreas demarcadas sejam tomadas, a fim de reduzir os conflitos indígenas. Além disso, às escolas e ONG's devem promover palestras que eduquem a sociedade quanto à importância e o respeito aos nativos e seu caráter fundamental na formação cultural do país.