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Enviada em: 28/05/2017

O fardo do índio       Na literatura romântica o índio foi consagrado símbolo da pátria no contexto de independência. Após quase 200 anos, vemos a realidade contradizer o passado ufanista.       O "fardo do homem branco" de civilizar povos considerados primitivos não parou na colonização. Os esforços eram direcionados a integração indígena na maioria ocidental, desrespeitando esses povos, uma vez que possuem a cultura própria. A fim de solucionar esse problema, a Constituição de 1988 passa a garantir direito à diferença e à terra. Apesar disso, os fatos são outros.       A FUNAI (Fundação Nacional do Índio) é responsável pela demarcação de territórios indígenas. Entretanto, alguns grupos atrapalham esse processo por interesses econômicos, já que cerca de 34% desses territórios tem potencial para mineração. Além disso, a expansão agropecuária resultou em ilhas verdes indígenas em meio as fazendas. Apesar da necessidade de aprovação, ocorre  frequentemente a extração ilegal de seus recursos. E mesmo as demarcações já feitas corresponderem a 12,5% do país, estão constantemente ameaçadas por construções de hidrelétricas, como a de Belo Monte, que afetaria o curso dos rios e a sobrevivência da população da bacia do Xingu.        São cerca de 305 etnias que só se tornaram minoria após a época da colonização, representando hoje 0,45% da população, o que mostra uma dívida histórica. A solução seria impedir que suas terras sejam tomadas, continuar com a demarcação, pagar indenização aos fazendeiros que perderam terras para as reservas indígenas e por fim, introduzir ensino mais aprofundado sobre a cultura indígena e sua história nas escolas, criando uma consciência coletiva de respeito.       Para Gandhi, "uma civilização é julgada pelo tratamento que dispensa as minorias". Sendo assim, devemos arcar com os custos dessa dívida histórica para limparmos a mancha vermelha na história brasileira.