Enviada em: 28/05/2017

Em 22 de abril de 1500 os portugueses descobriam uma nova terra que posteriormente passaria a se chamar Brasil. Embora estivessem em terra alheia, os europeus sentiram-se no direito de dominar, escravizar, e até mesmo exterminar grande parte dos nativos. Quase 1500 anos se passaram e essa realidade pouco mudou na sociedade brasileira.     Nas últimas décadas o país assistiu a um pequeno avanço na conquista de direitos aos índios. A edição de leis e decretos para a demarcação de terras indígenas promoveu a regularização de vários espaços geográficos ocupados por esses povos. No entanto, esse pequeno avanço vem sofrendo, atualmente, grande ameaça de extinção, devido à aprovação de medidas parlamentares, a exemplo da PEC 215, que decretam seu enfraquecimento.     Alguns parlamentares argumentam, no entanto, que essas medidas irão aumentar a produtividade e a lucratividade do país. Isso apenas mostra o quanto nossos governantes estão mais preocupados com aspectos monetários do que com o cumprimento dos princípios constitucionais e dos Direitos Humanos. Recentemente o deputado federal Jair Bolsonaro disse que "esse povo (os índios) não dão o mínimo de lucro ao país", evidenciando o descaso com que são tratados nossos verdadeiros brasileiros.     Fica claro, portanto, que é preciso sobrepor a dignidade humana indígena à usura do agronegócio. Para que isso ocorra é fundamental que o Estado promova a demarcação das terras indígenas e , somado a isso, a criação de leis com punições mais severas a quem desrespeitar o limite demarcado. Somente assim poderemos pagar a primeira parcela da dívida histórica que contraímos.