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Enviada em: 30/05/2017

A história sempre narrou a imposição de um grupo sobre outro já dominado. Isso mudou apenas após os ideais iluministas de liberdade, igualdade e fraternidade. Assim, por meio desse lema, o homem elaborou um termo significante: os direitos humanos. Entretanto, no Brasil, apesar de muitos avanços dos direitos indígenas, a sociedade ainda é incapaz de conciliar interesses capitalistas com os dessa minoria.       Certamente, a harmonia social não é umas das melhores características do ser humano. Entre brancos e índios, isso fica ainda mais evidente. Não por acaso, pois a cultura indígena é constantemente ameaçada pelo avanço do capitalismo com suas práticas insustentáveis e invasivas. Desse modo, episódios de violência são frequentes, geralmente baseados nas disputas de terras, bem como ocorrido em Viena, no Maranhão, em que 13 pessoas do grupo Gamela foram feridas por fazendeiros. Certo de embates como esse, o sociólogo Luc Ferry , no livro Famílias, Amo Vocês, destacou o medo como uma das marcas das civilizações. Porém ninguém convive tanto com esse sentimento quanto as comunidades nativas.       Diante disso, poderíamos refletir melhor sobre o direito dos índios na formação da nação brasileira. Visto que o Governo é pressionado a integrar, em sua equipe, o maior número possível de mulheres, mas isso é pouco discutido quando a questão é de gênero cultural. Ou seja, eles têm mínima participação na política. Na verdade, nenhuma representação efetiva garantida. Por isso, os interesses capitalistas sempre estão alienando-os. Dessa forma, usinas, como a de Belo Monte, forçam comunidades inteiras a migrarem para outros pontos sem garantia alguma da manutenção de suas tradições. O que, certamente, não ocorreria se houvesse vozes indianistas no Congresso Nacional.        Portanto, a comunidade indígena é a principal vítima do sistema vigente, que se contrapõe aos seus costumes. Precisamos mudar essa realidade. Para tanto, é interessante que o Governo crie um sistema de cotas para vagas do Judiciário e Legislativo, nas eleições, a fim de assegurar mais poder de decisão a esses grupos étnicos. Também faz-se necessário que a mídia debata com mais ênfase os direitos deles sobre propriedades, conscientizando a população de que essas etnias, por possuirem uma organização cultural diferente, dependem de mais terras para sobrevivência. Com isso, será possível garantir a esse tecido social a essência iluminista.