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Enviada em: 05/06/2017

A atenção dedicada aos povos indígenas, desde a chegada dos navegadores e, posteriormente, colonizadores nas terras da nova colônia portuguesa, deixava claro sua intenção de usá-los como mão-de-obra, desconsiderando o fato de serem indivíduos como os próprios europeus. Hoje, o foco sobre o índio brasileiro, muitas vezes, evidencia as marcas deixadas por esse passado, quando ligamos a televisão, por exemplo, e vemos os verdadeiros donos da terra lutando pelo seu espaço.     Já que se concentram fortemente em espaços propícios para agricultura, pecuária e extrativismo mineral/vegetal, do total de terras destinadas aos povos indígenas, cerca de 85% já foram invadidas política ou até militarmente, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). E ainda, durante a Convenção de Proteção das Expressões Culturais, fez-se o pedido de integrar os indígenas, isso significa respeitar seu modo de vida em isolamentos, caso assim desejarem e ampará-los mediante pedido dos próprios líderes nativos, quando necessário. Na prática vemos uma tentativa de assimilar esses povos aos nossos costumes previamente herdados dos europeus.    Consequentemente, ao contrário de preservá-los, estamos aniquilando com o que restou desses povos já tão destroçados na história de formação do nosso país, quando mais de 8 milhões de índios foram assassinados, segundo dados da FUNAI (Fundação Nacional do Índio). E ainda, a falta de grande representação entre os deputados federais e, em contrapartida, uma forte bancada de latifundiários — 50% das terras do país se concentra entre um milhão deles — reduz a voz dessa minoria.     Em síntese, a curto prazo devemos cobrar dos deputados federais maior representatividade para esse público, além de medidas que respeitem e dignifiquem o modo de vida indígena. Um bom exemplo seria a taxação de multas sobre aqueles que invadirem as terras indígenas. Além disso, buscar a valorização dessas culturas nas escolas por meio de aulas livres de preconceitos eurocêntricos, desenvolvendo o respeito às diferenças.