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Enviada em: 13/06/2017

Deslumbramento e diversidade cultural sintetizam a Carta de Pero Vaz de Caminha ao relatar a descoberta do território brasileiro. Mais ilustres  ainda fizeram-se os romances indianistas no retrato heroico e cultural dessas tribos. No entanto, o respeito ao índio brasileiro cedeu lugar à ganância capitalista e às aspirações racistas hodiernas, as quais comprometem a diversidade étnica ao transformar os povos nativos em singelas figuras folclóricas, livres de sentimentos históricos e humanitários.      Assim como no mito do “Bom selvagem” de Rousseau, o ser humano era puro e inocente em seu estado natural e foi corrompido pela sociedade com hábitos e valores que o induziram a conflitos pelo poder. Exemplo disso foi a crueldade do ataque aos índios gamela no Estado do Maranhão neste ano, refletindo a inoperância do governo na batalha indígena pela demarcação de terras, implicando em insegurança na garantia da sustentabilidade autóctone.     Não bastasse isso, a comunidade primitiva ainda sofre preconceitos e perseguições. A restrição do direito indígena conquistado na Constituição, lançados à luz de olhares racistas de exclusão, geram lutas sangrentas pela sobrevivência. A fim de amenizar esse revés, neste ano, lançou-se a campanha “Menos preconceito, mais índio” promovida por uma ONG para sensibilizar a sociedade acerca da valorização dos povos cativos, fator relevante para o resgate das riquezas socioculturais da nação.        Diante do exposto, é imperativo que o valor heroico dos ricos romances indianistas sejam resgatados na contemporaneidade, sem o véu da utopia. Faz-se relevante que a Funai fiscalize a demarcação de terras nativas, garantindo sua proteção e segurança. O Ministério da Educação deve implementar disciplina escolar sobre a importância do resgate sociocultural indígena, em prol da formação de cidadãos conscientes. Requer-se maior conscientização social e humanitária entre a população brasileira, além da promoção de campanhas midiáticas que incitem princípios morais, éticos e culturais para a caracterização de um país miscigenado e integrado.