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Enviada em: 21/06/2017

Com a chegada dos Portugueses no Brasil, houve um choque cultural entre os colonizadores e os nativos que aqui viviam. Dotados de uma diversidade linguística, cultural e organizacional, a população autóctone sofreu com os processos de catequização e aculturação ministrados pelos colonizadores, que os tinham como “atrasados”. Assim, anos depois, é importante refletir sobre o que é ser índio nos dias de hoje e o que eles representam na contemporaneidade.      Nesse contexto, é válido relembrar o mito do “Bom Selvagem” criado pelo sociólogo Rousseau, onde ele evidenciava a ingenuidade, harmonia com o meio e bondade inata dos indígenas, partindo de um viés totalmente idealizado e estereotipado, o que contribuiu para a utilização do índio como herói nacional pelos autores da Primeira Geração Romântica.      Outro fator existente é que, no mundo contemporâneo, o indígena é resultante do avanço das atividades econômicas que acontecem no território. Com a evolução do agronegócio e a construção de rodovias, como a Transamazônica, eles vêm sofrendo constantemente com a apropriação de seus territórios e a perda de hábitos já naturalizados. Desse modo, grande parte da população que resta ainda hoje, vive em cidades grandes, sendo São Paulo o local que eles aparecem com mais incidência.       Ainda convém lembrar da falta de representação política dos indígenas, que tem como opcional o voto na escolha dos governantes e possuem muitos de seus direitos burlados. No Brasil, 19 de abril comemora-se o dia do índio, em que as escolas ensinam a cultura indígena de modo folclórico e estereotipado para as crianças, que pintam seus rostos e utilizam penas na cabeça ao se “fantasiarem” da população nativa brasileira.          Sendo assim, medidas precisam ser adotadas. Primeiramente, o ministério da cultura pode difundir a importância das reservas indígenas para a garantia da conservação da diversidade étnica e cultural do país através da circulação de panfletos, outdoors e notícias informativas transmitidas pelos meios de comunicação de massa. Em adição, as escolas devem dissolver os estereótipos por trás da idealização do indígena, transmitindo a importância da cultura e dos hábitos destes aos alunos através de palestras e projetos pedagógicos. Por último, mais instituições como a FUNAI devem ser criadas pelo Governo visando a garantia dos direitos e a proteção dos indígenas através da fiscalização.