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Enviada em: 01/08/2017

José de Alencar e seus autores contemporâneos encontraram na figura indígena a representação ideal do Brasil. O Guarani e Iracema são exemplos de obras indianistas que a primeira fase do romantismo apresenta em abundância. Entretanto essa valorização restringe-se apenas a esfera literária uma vez que o índio (e toda a sua importância) é cada vez mais negligenciado pela nação que já o chamou de herói.       A princípio, é necessário notar que a sociedade brasileira não compreende quão grande é a importância indígena. Protagonista na construção da identidade nacional, o índio e suas centenas de línguas, etnias, religiões - entre outros aspectos culturais - contam a história de cada um dos duzentos e sete milhões de brasileiros. Porém, apesar disso, a figura indígena é lembrada somente no dia dezenove de abril.       Além de não ser honrado como deveria, o índio luta constantemente pelo direito à vida. As terras indígenas, protegidas pelo Estado, têm sido alvo das ações agressivas da mineração e agropecuária, cujo impacto afeta diretamente na subsistência do grupo. Um exemplo disso é a alarmante situação de insegurança alimentar entre os Guarani Karowá. Situados no Mato Grosso do Sul, a população lida com a fome e falta de água potável causados pelo uso de agrotóxicos pela monocultura de soja. Infelizmente, esse caso prova da gravidade do abandono do Estado brasileiro.       Fica claro, portanto, o descaso sofrido pelos índios no território brasileiro. Por isso, medidas são necessárias para solucionar o impasse. O papel da escola faz-se preciso a fim de noticiar a relevância cultural do grupo indígena na edificação nacional através de palestras e campanhas. Ademais, o Governo deveria fiscalizar veemente, juntamente com a FUNAI, os possíveis impactos nas áreas destinadas aos índios, assegurando a dignidade desses. Assim, o herói romântico, finalmente, deixará de ser simples figurante da sociedade brasileira.