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Enviada em: 14/07/2017

Sob o olhar etnocêntrico europeu, a Carta de Pero Vaz de Caminha menciona os índios como selvagens que precisam ser salvos. Apesar de ter se passado 487 anos após a colonização portuguesa no Brasil, a herança cultural do olhar europeu ainda permanece na população brasileira, prejudicando a efetivação dos direitos indígenas. Nesse hiato, é cabível analisar como a construção da mistificação do grupo indígena e o não reconhecimento da posse de terras pela sociedade afeta o índio brasileiro em questão.    A priori, sabe-se que a violência contra os índios é realizada desde 1530, no período colonial. Isso porque espanhóis jesuítas mitificaram os tupis como "demoníacos" que precisam ser civilizados para conviverem socialmente. Outrossim, o sistema capitalista atual convém da mesma ideologia, na qual insere-se o índio em uma cultura globalizada que não inclui os seus costumes. De acordo com estudos da Unesco, a língua indígena tupi-guarani está ameaçada de extinção. Em decorrência disso, a minoria que constitui o povo aborígenes poderá sofrer os efeitos de ver sua cultura exterminada assim como foram amedrontados durante a colonização.    Ademais, a omissão das autoridades frente aos direitos indígenas colabora para o isolamento da nação tupi. Essa lástima ocorre porque ainda não há o reconhecimento de posse das terras originalmente indígenas. Segundo o Portal Amazônia, 12,5% do território brasileiro é de usufruto indígena, o que não chega nem a um terço do total. Destarte, a demarcação de terras indígenas é o mínimo de respeito que as autoridades podem conceber aos primeiros povos que habitaram e formaram o Brasil.    Urge, portanto, a necessidade do olhar empático sobre o índio brasileiro em foco na atualidade. Desse modo, a Fundação Nacional do Índio juntamente com ONG's de apoio poderão cobrar ações governamentais que visem a integração do conhecimento indígena nas escolas como matéria obrigatória, de forma que desmitifique o conceito errôneo do grupo aborígenes repassado, e perpetue sua cultura. Não só isso, deverá ocorrer uma reforma agrária no Brasil sancionada pelas autoridades responsáveis, de modo que haja um acordo entre latifundiários e indígenas para que convivam de forma harmoniosa. Só assim, ter-se-á a valorização do índio de forma una e justa.