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Enviada em: 13/07/2017

Na tão lembrada Carta de Pero Vaz de Caminha, o escrivão contava sobre a presença de uns habitantes que aqui viviam e que sob olhares europeus de curiosidade e de soberania precisava ser civilizado: os índios. Não muito diferente de como foi no passado, hoje esse povo continua vendo sua cultura, costumes, terras e todas as suas raízes sendo desrespeitadas agora não mais pelos colonizadores portugueses, mas sim pelos seus descendentes; os brasileiros.   Primeiramente, é preciso deixar claro que em pleno século 21 ainda se percebe um pensamento preconceituoso em relação a cultura indígena, tendo em vista que há na sociedade uma visão estereotipada e distorcida de um nativo selvagem, representado de forma folclórica que muitas vezes é marginalizado e esquecido pela população. Mesmo após séculos de luta em busca de reconhecimento foi somente na Constituição Federal de 88 que foi determinado o abandono de uma perspectiva assimilacionista,  só que infelizmente essa conscientização só se resume ao papel porque na realidade o que ocorre é o descumprimento dessa norma.   Além disso, a Lei também determinou o direito dos índios sobre as suas terras enquanto direitos originários, ou seja anterior à criação do próprio Estado. Mas porque eles ainda continuam lutando por terras? O conflito pelo território tornou-se um problema cultivado pelas relações de poder. A mineração bem como o agronegócio, um dos setores mais lucrativos para o Brasil, desperta em fazendeiros ambiciosos a busca de mais lucros por isso expandem suas fronteiras agrícolas para terras onde há moradia de tribos que por não estarem demarcadas conforme manda os Direitos Constitucionais ficam vulneráveis ao ataque dos latifundiários resultando em um genocídio e perda da posse de terra. Situação muito parecida com a que ocorreu na chegada dos portugueses o que muda são apenas os interesses envolvidos.   Deve-se, portanto, efetivar o Projeto de Estatuto da Sociedade Indígena, cuja proposta é assegurar que a proteção aos índios brasileiros seja com base no seu reconhecimento cultural e não mais na falsa premissa de inferioridade, o Governo deve intensificar medidas de interdição da exploração predatória dos recursos e das terras indígenas e aperfeiçoar dispositivos legais que garantam os seus direitos como a FUNAI em conjunto com a Justiça colocando em prática o que consta na Carta Magna aliado também ao papel da Escola que é importante na formação social do individuo, por isso aulas de História e Sociologia são importantes para promover o debate e aguçar o senso crítico nos alunos. Só assim garantiremos aos aborígines o seu verdadeiro espaço e evitaremos a falsa construção de uma sociedade que só valoriza os povos originários de nosso país na Literatura.