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Enviada em: 21/07/2017

A maldição dos índios  Chegaram em 1500 as primeiras caravelas portuguesas ao litoral brasileiro. Aparentemente desconhecido, o território gerou admiração por sua enorme extensão e sua população exótica: os índios brasileiros. Com a dificuldade de comunicação e a diferença cultural, os estrangeiros dominaram os nativos e permaneceram assim durante décadas, explorando seus recursos e escravizando-os, atitudes refletidas até os dias de hoje, em que apenas 0,9% da população é indígena e ocupam pouco mais de 12% do território, área fortemente ameaçada pelos interesses de mineradores e agricultores.    No que diz respeito a mineração, a população nativa tem enfrentado grandes problemas para superar os riscos que correm ao ter sua terra invadida por garimpeiros: os rios das reservas ficam contaminados com o mercúrio utilizado para retirada de minerais, contaminando os peixes e matando-os, obrigando os aborígenes a procurarem outros lugares ou então são contaminados com o alimento, condição que representa 60% da população indígena e coloca em risco sua sobrevivência. Isso mostra que se esses casos se tornarem frequentes, os nativos poderão ser dizimados em algumas décadas.    Em outro aspecto, há também o interesse da agroindústria no desmatamento das terras indígenas para o cultivo da monocultura ou criação de gado, ambos prejudicando as condições naturais do solo, tornando-os inférteis e inviabilizando a recuperação por parte dos autóctones. Além disso, a retirada de árvores causa grande impacto não só à população nativa, mas também à toda região próxima, já que pode provocar erosões, assoreamento e secura dos rios.     Assim, é difícil se chegar a uma finalidade prática que beneficie os dois lados. No mandato da presidente Dilma, muitas terras indígenas foram demarcadas, mas outras ainda esperam na longa lista a oportunidade de serem asseguradas. Isso provoca inúmeros prejuízos, já que a população fica suscetível a invasões e violência por disputa de terras. Refletindo em números, uma pesquisa da Unesco mostra que o número de nativos mortos por violência cresceu 600% em relação a 2003, porcentagem que pode dobrar nos próximos anos, segundo previsões.    Em virtude do que foi mencionado, depreende-se que é extremamente importante o cuidado com a população indígena, já que eles representam de forma espetacular a cultura do nosso passado e da nossa atualidade. Por isso, é necessário que o governo aumente o número de fiscalizadores no entorno das reservas, além dos projetos que cumpram as demarcações que ainda faltam. Além disso, palestras criadas por ongs e pela Funai são importantes a fim de encontrar alternativas para garimpeiros. Ademais, toda a sociedade brasileira deve lutar para preservar aquilo que fez a história do país.