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Enviada em: 23/07/2017

A dança da chuva      Durante todo o processo de formação do Estado brasileiro, os povos indígenas foram tratados de forma impiedosa. O índio foi valorizado na literatura romântica do século XIX, no entanto, tal prática não saiu das páginas de livros e telas de pinturas, até hoje os primeiros nativos encontrados no país sofrem abusos, seja pela insuficiência de leis e suas aplicações, seja pelo avanço do setor primário nacional.     Relacionado às leis que atuam em causas indígenas, pode-se afirmar que a ineficácia delas se dá principalmente pelo forte interesse econômico que há em terras habitadas por esses povos. Segundo dados divulgados pela Agência de Jornalismo Investigativo Público existem cerca de 44 mil processos de requerimento minerário em reservas autóctones, além disso esse grupo ainda enfrenta problemas como o desmatamento florestal ilegal para o contrabando de madeiras, desde o período colonial, o que comprova a fragilidade dos meios de fiscalização.  Outrossim, os 896,8 mil índios, contabilizados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), já não se preocupam apenas com a falta da chuva, mas sim com o avanço desenfreado do agronegócio. Cerca de 700 índios invadiram o plenário da Câmara em 2013 durante a votação da PEC 15, que transferia ao Congresso o dever de aprovar as eventuais propostas de demarcação enviadas pela Fundação Nacional do Índio (Funai), apoiada pela bancada ruralista que visava a expansão da atividade sobre territórios preservados, visto que, com a aprovação, os primeiros povos originários não teriam direito aos território que não ocupavam desde 1988.         A problemática do índio na atualidade, portanto, está diretamente relacionada com a exiguidade leis, aliado à práticas capitalista e ao descaso cometido por grande parte dos brasileiro. Dessa forma, a fim de atenuar este problema, o Governo, por meio dos Ministério do Meio Ambiente, deve implementar medidas que visem a fiscalização mais rígida, como a utilização de imagens de satélites para visualizar alterações nas reservas indígenas, aliado à Guarda Florestal Estadual e Municipal, principalmente nas áreas de maior foco econômico. Ademais, a população, por seu caráter reivindicador, deve pesquisar e denunciar atividade ilícitas e sofridas por esses e abraçar as suas causas. Só assim o índio poderá voltar a realizar suas manifestações de crença e fé sem se preocupar com os avanços da contemporaneidade.