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Enviada em: 04/09/2017

Em 1500, o escrivão Pero Vaz de Caminha escreveu o primeiro documento da história do Brasil, a carta que objetivou informar ao rei sobre toda a viagem, incluindo os indígenas. O português relatou que eles andavam nus e que precisavam ser catequizados. Mais tarde, na colonização, os índios foram escravizados, tendo sua cultura e sua vida inferiorizadas. Tal problema perpetua-se mesmo que nos moldes do século XXI: os gentios só são lembrados no dia 19 de abril e sofrem na disputa travada com os latifundiários pela posse de terras, por isso é preciso repensar essa realidade.             Todos os anos as crianças se pintam e constroem um cocar para comemorar o dia do índio nas escolas; porém desconhecem o modo de vida e a luta dos povos que restaram, uma vez que as instituições de ensino não são orientadas a ensina-los. Essa falta de conhecimento denota uma visão arcaica e generalizada acerca deles, vistos de forma "Macunaíma", ou seja, preguiçosos e traiçoeiros ou ainda como "Peris", apaixonados e subordinantes. Além disso, há os genocídios, muitas vezes desconhecidos ou esquecidos pela população, o que é inconveniente, pois segundo o filósofo espanhol George Santayana, aqueles que não se lembram do passado estão sujeitos a repeti-lo.             Inegavelmente, as tribos têm seus direitos assegurados pela Constituição Brasileira, contudo são ameaçados cotidianamente pelo avanço da fronteira agrícola no centro-oeste, já que a maior parte de suas terras não é demarcada, ficando a mercê da desapropriação e da ação de grileiros. Essa situação é agravada pela demora das decisões políticas com relação as áreas que deveriam pertencer aos gentios; a bancada ruralista é o principal obstáculo, pois veem seu lucro afetado pelas diretrizes em prol dos povos indígenas. Por consequência disso, cada vez mais índios morrem, etnias somem e o que acontecera nos séculos passados se reitera.              É possível, portanto, perceber que deve-se agir para preservar o saber e a vida dos índios. O Ministério da Educação poderia elaborar um plano de inclusão do estudo da cultura e sociedade indígena para implantar no ensino fundamental e médio das escolas, objetivando trazer conhecimento aos alunos e extinguir esteriótipos. Outrossim, a FUNAI deve fiscalizar as atuais terras deles, punir invasores e acelerar as novas demarcações pressionando as bancadas políticas de modo a diminuir potencialmente o antagonismo entre as tribos e os latifundiários. Assim, com as políticas indianistas os brasileiros não estarão fadados a repetir erros antigos.