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Enviada em: 27/07/2017

Na historiografia e  na contemporaneidade, desafios são enfrentados pelos indígenas para reconhecer seus direitos sociais, políticos e econômicos. Sabe-se que a expropriação dos índios das suas terras ocorre desde o Brasil colonial, devido ao avanço da fronteira agrícola. Nesse âmbito, pode-se analisar que essa problemática persiste por ter raízes históricas e ideológicas.               A visão de superioridade dos portugueses durante a colonização brasileira constitui a ideia de que os povos indígenas eram atrasados, arcaicos e inferiores. Diante disso, a visão eurocêntrica foi estabelecida, ocasionando uma série  de conflitos entre portugueses e indígenas. Atualmente, sabe-se que essa problemática ainda persiste, entretanto, as disputas se dão entre ruralistas e indígenas. Estes, sem apoio social, financeiro, moral e governamental, acabam ficando reféns dos grandes latifundiários do país, já que os conflitos armados entre estes grupos são responsáveis pelo grande número de mortes indígenas. De acordo com o IBGE, 350 índios foram mortos na tentativa de conquistar suas terras por direito constitucional.             Deve-se abordar, ainda, que comunidades indígenas protestam contra a PEC 215 que transfere do Governo Federal para o Congresso a decisão sobre a demarcação de terras. Além disso, a PEC 215 é inconstitucional, pois a Carta Magna reconheceu o direito dos índios a terras em tamanho e condições adequados as suas necessidades econômicos e culturais. É válido ressaltar que a FUNAI(Fundação Nacional do Índio), que tem o papel de monitorar as terras indígenas, enfrenta desafios como a falta de incentivo financeiro do Estado.              Fica claro, dessa forma, que os índios travam uma luta constante para o reconhecimento dos seus direitos sociais, políticos e econômicos. Portanto, faz-se necessário que o governo fiscalize a aplicação da Constituição de 1988, no intuito de cumpri-la. Com isso, é preciso que o Estado crie mecanismos para a valorização do índio, prestando mais apoio às instituições de proteção, como a FUNAI. Paralelo a isso, é essencial a escola incluir em sua grade curricular formas de lecionar a importância do respeito ao índio, além de frisar a questão indígena atual, na perspectiva de garantir o princípio da isonomia.