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Enviada em: 15/08/2017

Fosse uma manhã de sol  Oswald de Andrade, autor modernista, lamentou em um de seus poemas que o português vestiu o índio, remetendo-se ao processo civilizatório. Nesse sentido, a atual conjuntura desse povo evidencia a manutenção desse procedimento que fere não somente preceitos éticos e morais, mas também constitucionais estabelecidos pela Carta Magna do país. Dessa forma,  é preciso entender suas verdadeiras causas para solucionar esse problema.   A princípio, é possível perceber que essa circunstância deve-se a questões politico-estruturais. Isso se deve ao fato de que, a partir da omissão do governo em relação a demarcação de terras e assistência aos povos indígenas, estes tornam-se vulneráveis a constantes invasões e a perca de segurança. Nessa perspectiva, a Constituição Brasileira promulgada em 1988, a qual reconhece o dever da União em proteger o território e a organização social do índio, é impraticada. Desse modo, atitudes inconstitucionais continuam a acontecer, pondo em xeque os direitos oferecidos aos nativos.  Além disso, vale ressaltar que essa situação é corroborada por fatores socioculturais. Durante a formação do Estado brasileiro, a superioridade do homem branco em relação ao índio se fez presente em boa parte do processo; e com ela vieram as discriminações e intolerâncias culturais. Lamentavelmente, tal perspectiva é vista até hoje no território brasileiro. Bom exemplo disso são os índices que, embora tenham diminuído, indicam um grande número de atrocidades cometidas contra aquela população. Dentro dessa lógica, nota-se que as heranças coloniais dificultam tanto o direito à vida quanto o direito de liberdade de expressão.       Portanto, depreende-se que atitudes governamentais potencializam atos sociais. Logo, é necessário que o governo investigue casos de invasões por meio de fiscalizações no cumprimento de leis e da abertura de mais canais de denúncia especializados com a situação indígena. Ademais, as instituições de ensino, em parceria com a mídia e ONGs, podem fomentar o pensamento crítico por intermédio de pesquisas, projetos, trabalhos, debates e campanhas publicitárias esclarecedoras. Com essas medidas, talvez, a lastima de Oswald fique no passado.