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Enviada em: 16/10/2018

Segundo a máxima do filósofo Iluminista Rousseau, o homem é produto do meio, este, o corrompe tornando racional. Hodiernamente, o ideário do filósofo pode ser assimilado a conjuntura social brasileira, tendo em vista, o papel individual frente à ética nacional. Logo, seja pelo uso de argumentos que neutralizam a problemática, seja por uma perpetuação de ideias deterministas no âmbito social, o cenário deve ser analisado e demanda uma nova postura.                                                                            Em primeiro plano, é indubitável que discursos como: "eles são todos corruptos", proferidos constantemente por cidadãos, caracterizam-se como argumento para neutralizar a inicial problemática. Assim sendo, o politicamente incorreto sofre fortes influências da postura coletiva, a qual demanda uma significativa conduta de direitos e deveres que devem ser assegurados e seguidos - a exemplo das instituições sociais. De fato, tal situação se relaciona a premissa de Elisa Reis, ao defender que o conceito de cidadania remete a ideia de inclusão social, por oposição a exclusão.                                        Faz-se mister, ainda, fomentar a visão determinista como perpetuadora do imbróglio. Se por um lado, a ética nacional considera-se um valor social que identifica e qualifica ações humanas, por outro, o cidadão é notado como reflexo ou fruto do meio ocupado. Por conseguinte, percebe-se que a postura coletiva em consonância as instituições sociais - sobretudo em casos de ordem política -, não atenuam seus efeitos sociais enquanto o individual não sofre alterações necessárias                                                 Infere-se, portanto, que subterfúgios devem ser encontrados para resolver o impasse. Cabe ao Poder Público, a elaboração e melhor eficiência de sites online; estes, serão abertos à comunidade e exibirão por meio de relatórios, esclarecimentos que justifiquem cargos e gastos públicos, com o objetivo de tornar a sociedade integrada, assim como na Ágora - espaço público de encontro para relações de aspectos políticos e sociais - de Atenas. Ademais, cabe as instituições de ensino, como formadora de caráter, promulgar a disseminação de disciplinas voltadas à ética e cidadania, por meio de aulas regulares, debates amplos e coletivos, além de oferecer projetos didáticos aberto a população, a fim de assegurar informações e conhecimento a respeito dos direitos atuantes do cidadão. Dessa forma, os efeitos do quadro, atrelado à questão de Rousseau, possa ser amenizado.