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Enviada em: 14/11/2018

O indivíduo frente à ética nacional     A ética,_ alvo de reflexões calorosas de ilustres filósofos como Sócrates, Kant e Hegel_, vem preocupando o povo brasileiro, não por sua presença, mas pela raridade da mesma. Entretanto, a sociedade vem aprendendo a construí-la no espaço nacional, principalmente no meio político.      Segundo Sócrates,_ filósofo grego_, a ética seria alcançada através da razão, do conhecer-se plenamente. Para ele, a coletividade prevalecia sobre interesses individuais. Por sua vez, Kant entendia a ética como uma relação coerente entre o pensar e o agir; no seu entendimento, a ética é um dever, e não um meio para vantagens imediatas. Já Hegel, _pensador alemão_, afirmava que a ética é culturalmente influenciada, ou seja, ensinada através de instituições como igreja, escola e família. Para Hegel, a ética varia de sociedade para sociedade. Essas reflexões confirmam a importância desse ramo da filosofia na formação do indivíduo.      Porém, essa relevância foi negligenciada, pois o agravamento de problemas sociais e políticos ratifica a distorção da ética entre os brasileiros. Estacionar em vaga para idosos, subornar guarda de trânsito, roubar milhões da verba educacional: falta de ética ou “jeitinho brasileiro”? Seja como for, essa crise tem reforçado a corrupção e a descrença nas instituições públicas. A avidez por vantagens transformou a crise ética em um câncer difícil de ser combatido. Difícil, porém possível.     Possível porque os brasileiros perceberam a ética não mais como palavra, mas como ação. Campanhas nas escolas, iniciativa dos cidadãos, maior fiscalização de atos políticos, conscientização de jovens têm ajudado a formar uma nova mentalidade e são exemplos de uma ética vivida na prática. Uma nação que começa a idealizar sua noção de ética consegue perceber que essa crise pode ser resolvida com o acesso à educação de qualidade, independente de classe social, afinal, se uma pessoa não tem educação, a mesma não será capaz de compreender nem de formar uma opinião eticamente consolidada. Outros fatores que também vem contribuindo para o fortalecimento da ética é a maior pressão popular pela fiscalização dos órgãos públicos e efetividade da legislação vigente, tais como: Lei da Transparência; do Acesso à Informação; do Conflito de Interesses e a Lei Anticorrupção.        Portanto, mesmo com todos os problemas envolvendo corrupção, mazelas sociais e falta de ética, a população brasileira está aprendendo a mudar velhos conceitos culturalmente enraizados, a perceber que o problema da ética (ou sua falta) não está na ausência de leis, antes na sua aplicação e na consciência crítica de cada cidadão. Consciência formada através da educação.