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Enviada em: 26/02/2019

Sob a perspectiva de Rousseau, todo poder emana do povo e em seu nome é exercido. No entanto, a sociedade brasileira caminha ao desencontro da ética deste pensamento ao não diversificar seus espaços de decisão social. Em vista disso, a criação de políticas públicas de afirmação neste setor é medida preterível  frente a problemática.                   A priori, vale ressaltar que o contrato social, de forma introdutória, é um acordo entre os indivíduos e o Estado de modo que a conjuntura social reconheça a força legítima estatal. Nesse sentido, o corpo social do conglomerado brasileiro, elege seus representantes de jeito que estes exerçam suas legítimas prerrogativas. Entretanto, a desproporcionalidade entre as delegações das parcelas sociais alça a ética nacional ao perecimento.                              Segundo ao Tribunal Superior Eleitoral, as mulheres, que são maioria no tecido social de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), representam apenas 15% dos deputados eleitos no ano de 2018. Desta maneira, evidencia-se uma desproporção  entre as vozes das parcelas sociais na política e que fere a ética do país ao silenciar, parcialmente, uma grande parte do povo. Ademais, lacera a legitimação da força estatal, uma vez que as pessoas que deveriam exercê-la, de maneira autêntica, não encontram-se amplamente representadas.                            Portanto, urge-se da criação de cotas de representantes da composição social com base em censos demográficos do IBGE sobre a população brasileira. Devem ser elaboradas como projeto de lei pelo Ministério da Cidadania e encaminhada a Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania da Câmara dos Deputados. A fim de alinhar o indivíduo a ética nacional, desalçar esta do esmurecimento e alcançar, de forma integral, a pespectiva de Rousseau.