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Enviada em: 05/06/2019

Platão, grande filósofo grego, afirmava que, haveria dois mundos: o das ideias, uma espécie de subconsciente onde o conhecimento assume sua forma plena, e o mundo sensível, a realidade, em que tudo é imperfeito e volátil. Hodiernamente, a psique coletiva parece refletir sobre a ética nacional nos parâmetros do mundo sensível, apontando que ela nunca será plena. Entretanto, ao assumir isso, a sociedade se dissocia do processo de edificação da ética, degradando-a.       A semiótica é uma área de estudo que procura entender a comunicação mediante seus processos cognitivos. Ela aponta, que quando uma premissa é dita, sem explicitar exceções, é intencionado que a enunciação seja generalizada. Desta forma, ao afirmar a comum frase “eles são todos corruptos” e mencionar o “típico jeitinho brasileiro”, se reforça os estereótipos e preconceito perante a moral no brasileiro, que pode ser observado internacionalmente em personagens como o Zé Carioca, da história em quadrinhos da Disney que, no início do século, chegou a ter um filme próprio, no qual, com o seu “jeito malandro”, vide, sambista, despreocupado e preguiçoso, conseguia fugir de suas responsabilidades e problemas.       Outrossim, ao se excluir destes discursos, quando não se protesta ao uso do estereótipos em personagens como ele ou ao se conjugar tais frases e expressões com sujeitos indeterminado, é manifestado também uma dissociação do indivíduo perante a sociedade, tal como se ele não tivesse o poder para alterá-la. Contrapondo essa filosofia, diversos sociólogos já afirmaram que as interações sociais são diretamente proporcionais, ou seja, o indivíduo muda por conta da sociedade, como Bourdieu aponta ao falar de sua ideia de habitus, e a sociedade muda por conta dos indivíduos, como Marx fundamentava para compor o Manifesto Comunista. Portanto, o discurso negativista, mais do que degradante para a ética, degradar o indivíduo enquanto ser social.       Em síntese, para alternar esse círculo vicioso de degradação, se faz necessário à ação estatal, conscientizando os cidadãos de seus papéis na revolução do status quo. Destarte, o Estado deve intervir reforçando por meio de propaganda televisivas, espaço em que os indivíduos são constantemente expostos a estereótipos e a degradação da ideia da moral, como a ação de um interfere a psique coletiva, mostrando exemplos até de revolução, impulsionando-os a se incluírem no papel de edificar a ética e a sociedade. Afinal, a principal característica do mundo sensível de Platão é que ele é propenso a mudanças, então por quê a ética não seria?