No Brasil, muito se discuti acerca do livre porte de armas de fogo em razão do atual cenário de violência. Embora não haja uma vedação absoluta na Lei nº 10.826/03 (Estatuto do Desarmamento) que regulamenta as condições de quem pode possuir uma arma, as restrições e as condições impostas pela norma infralegal acabam sendo interpretadas com verdadeira proibição, fato que faz ressurgir a discussão quanto ao livre porte de armas, como um anseio da sociedade para realizar a sua própria segurança. Diante disso, é importante discutir se armas de fogo promovem segurança, bem como, o papel do Estado como garantidor da segurança pública. Sabe-se que possuir uma arma de fogo não é sinônimo de segurança. A arma de fogo, por si só, não é capaz de evitar que um crime de roubo, um furto, ou um sequestro seja praticado, já que o seu emprego requer aptidão técnica, psicológica e física de quem a porta, para conseguir reagir em uma situação real de perigo. Além disso, avalia-se que o seu uso por pessoas não habilitadas e sem experiência pode gerar acidentes domésticos e crimes passionais que se originam de brigas entre vizinhos e discussões de trânsito. Dessa forma, entende-se que o porte de arma de fogo não pode ser concedido de forma livre, já que não há comprovação que ela posse inibir a prática de crimes, ou que seja capaz de promover uma sensação maior de segurança. Por outro lado, a sensação de medo e a ideia de que: só o criminoso pode andar com uma arma, precisa de uma resposta do Estado. Como titular do poder, o Estado precisa impedir por meio do endurecimento das sanções penais que as pessoas sintam-se intimidadas em adquirir ou andar armadas, em razão da punição que poderá sofrer do Estado, podendo ser processadas e cumprirem a pena em regime fechado. Além disso, a punição precisa ser ainda mais severa para os criminosos que utilizam uma arma de fogo para praticarem roubos e homicídios. Com isso, acredita-se que o número de pessoas e os crimes envolvendo arma de fogo sofrerá uma grande redução, devolvendo, consequentemente, a sensação de segurança e afastando o desejo de parcela da população que pretende possuir uma arma de fogo como instrumento de segurança. Diante desse contexto, ao contrario de se permitir o livre porte de arma de fogo, o Estado, como detentor do poder, deve intensificar medidas de segurança, com alterações legislativa para aumentar a pena de quem porte irregularmente ou pratica algum crime se valendo de uma arma de fogo, a fim de trazer uma sensação de segurança e controle.