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Enviada em: 31/07/2018

porte de armas: a utópica sensação de segurança       O Estatuto do Desarmamento, criado em 2003, teve por objetivo reduzir  a circulação de armas de fogo no território nacional e, como consequência, reduzir o número de homicídios no país. Hodiernamente, o debate acerca da revogação do estatuto tem ganhado espaço diante da mídia em geral, posto que o sentimento de inconformismo perante a crescente criminalidade e a ociosa segurança pública nunca esteve tão aguçado na sociedade brasileira. Contudo, armar cidadãos comuns não é e nunca será a solução para reduzir os índices criminais, visto que apenas aumentaria  a violência e o número de latrocínios nas ruas das cidades.       Em primeiro lugar, o pensamento de que um cidadão armado fará um criminoso pensar duas vezes antes de cometer um assalto é totalmente errôneo, posto que à medida que cresce a possibilidade de uma reação por parte da vítima cresce também o sentimento de ódio por parte do assaltante, que não exitará em cometer um disparo. Nesse sentido, em entrevista ao jornal Zero Hora, do Rio Grande do Sul, o delegado Jorge Lordello relatou que 90% das vítimas que reagem a assaltos à mão armada são baleadas, ou seja, é evidente que armar pessoas comuns não trará benefício algum para a sociedade, gerando, apenas, uma explosão no número de assassinatos ou latrocínios.       Concomitantemente, a sensação de segurança que a posse de uma arma de fogo transparece é avaliada pela então presidente da Comissão de Direitos Humanos do Senado Federal, Regina Sousa, como uma "inverdade fantasiada por pessoas que não suportam mais conviver com tamanha insegurança e medo de sair às ruas". Por sua vez, a violência além dos roubos e furtos, ou seja, nos bares, trânsito ou até mesmo em casa é outro ponto a ser avaliado, visto que, desarmados, parte dos brasileiros já se demonstram bastante agressivos quem dirá na posse de uma arma de fogo. Nessa perspectiva, é notório ressaltar  que a redução da criminalidade não será alcançada por esses meios, uma vez que tende, apenas, a aumentar a tensão entre vítima e bandido, podendo resultar em tragédias irreparáveis.       Diante da questão acerca do livre porte de arma de fogo e da ilusória relação com a redução da criminalidade no país, são necessárias medidas concretas e com total fundamentação para resolver com tal problemática.  Portanto, cabe ao Governo Federal investir na maior inserção dos jovens ao mercado de trabalho, por meio de cursos técnicos profissionalizantes e parcerias público-privadas, aumentando o número de vagas nas empresas e elaborando novos concursos públicos de nível fundamental e médio. Às instituições escolares, por sua vez, compete o dever de promover, por meio de palestras e peças teatrais, a inclusão dos alunos ao ambiente educacional, para que, assim, mantenham-se longe da criminalidade.